IA nas vitrines: inteligência artificial redefine o consumo na Black Friday brasileira
Automação e análise de dados impulsionam precificação, personalização e segurança nas vendas do varejo, que deve movimentar mais de R$ 8 bilhões em 2025.
Marcada para o dia 28 de novembro de 2025, a Black Friday deve consolidar-se mais uma vez como a principal data promocional do varejo brasileiro. Segundo projeções da ABComm, o comércio eletrônico deve ultrapassar R$8 bilhões em faturamento, impulsionado por um consumidor cada vez mais digital e por operações cada vez mais guiadas por algoritmos.
Com o avanço do e-commerce, que deve representar 14% do varejo total em 2025 (Ebit|Nielsen), a inteligência artificial se consolida como eixo estratégico para empresas que buscam eficiência operacional, escalabilidade e precisão nas decisões de negócio.
Um levantamento da Central do Varejo mostra que 47% dos varejistas brasileiros já utilizam soluções de IA, sobretudo em marketing, vendas e atendimento. O uso de modelos preditivos e ferramentas de recomendação automatizada altera o ciclo de compra — da busca inicial ao pós-venda — permitindo ofertas personalizadas e precificação dinâmica. Em paralelo, os riscos também se ampliam: a Serasa Experian registrou 3,2 milhões de tentativas de fraude digital durante a Black Friday de 2023, evidenciando que a segurança de dados e a confiabilidade dos sistemas tornaram-se fatores centrais da competitividade.
“Soluções de inteligência artificial voltadas à detecção de fraudes já são consolidadas em setores como o bancário, mas ainda precisam evoluir para cenários de varejo e compras online. A complexidade das jornadas de consumo e a fragmentação dos canais tornam o aprendizado desses modelos mais desafiador”, analisa Bruna Mulinari, especialista em inteligência artificial e fundadora da Dataplai.
Um estudo da Microsoft aponta que 75% das micro, pequenas e médias empresas brasileiras estão otimistas quanto ao impacto da IA em seus negócios, e 77% dos decisores afirmam que a tecnologia agiliza processos e melhora o uso do tempo. Ainda assim, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) identifica um descompasso: 87% dos empreendedores já conhecem ou utilizam soluções de IA, mas apenas 14% fazem uso efetivo — e a principal barreira é a falta de conhecimento técnico sobre aplicação prática.
“O impacto da inteligência artificial está menos na automação e mais na capacidade de compreender contextos e padrões. Só quando os dados são confiáveis e interpretados com responsabilidade é que a IA gera valor real para o varejo”, avalia Bruna Mulinari.
O avanço da inteligência artificial deve expandir sua aplicação para áreas como logística, prevenção de fraudes e gestão de estoques, ampliando a automação de processos críticos do varejo.
Segundo a Serasa Experian, os indicadores de fraude digital tendem a crescer com a intensificação das compras online, pressionando o mercado por soluções preditivas e modelos de segurança baseados em dados. Já a ABComm projeta que o comércio eletrônico mantenha ritmo de crescimento superior a 10% ao ano até 2026, consolidando o uso da IA como infraestrutura essencial das operações de varejo no Brasil.
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