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Por que os jovens estão mais vulneráveis a jogos e apostas?

  • Quinta, 25 Setembro 2025 18:48
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Fabio Boucas
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Diulgação: Freepik

 Com personalidade e cérebro ainda em formação, o fácil acesso à tecnologia e influência das redes sociais, jovens enfrentam risco maior de desenvolver vício em apostas

O crescimento das apostas esportivas e dos jogos online no Brasil e no mundo vem chamando atenção de especialistas e acendendo um alerta para um público específico: os jovens. Pesquisas feitas pela Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) apontam que quase 11 milhões de brasileiros abusem de apostas, e que a faixa etária até os 25 anos é mais suscetível ao vício em jogos do que os adultos, e as razões vão além da simples curiosidade ou busca por diversão.

De acordo com a Academia Americana de Pediatria (American Academy of Pediatrics Council on Communications and Media), o cérebro humano só atinge a maturidade plena por volta dos 25 anos. Até lá, áreas ligadas ao controle de impulsos, avaliação de riscos e tomada de decisões, como o córtex pré-frontal, ainda estão em desenvolvimento. Essa característica biológica torna adolescentes e jovens adultos naturalmente mais inclinados a comportamentos de risco, especialmente quando estimulados por recompensas rápidas, como acontece nas apostas.

“A dimensão psicológica, do desenvolvimento da personalidade, vai na mesma direção. As mudanças emocionais e sociais típicas da adolescência, seguidas pelos desafios do início da vida adulta, se somam ao acesso fácil à tecnologia, criando um terreno fértil para o comportamento compulsivo. O jovem busca excitação, pertencimento e recompensa imediata, e o jogo teoricamente oferece tudo isso de forma rápida e constante”, explica Cristiano Costa, psicólogo clínico e organizacional e diretor de conhecimento da Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo (EBAC).

Nos últimos anos, o ambiente digital tornou esse cenário ainda mais complexo. Plataformas de jogos e casas de apostas online operam 24 horas por dia, com mecanismos de verificação de idade ainda sendo implementados. Além disso, muitos jogos aparentemente “inocentes”, como aqueles com loot boxes e recompensas virtuais aleatórias, introduzem a lógica da aposta ainda na infância. Um estudo do governo de Massachusetts (mass.gov) mostrou que crianças expostas a jogos de azar antes dos 12 anos têm quatro vezes mais chances de desenvolver problemas relacionados ao jogo na vida adulta.

A influência das redes sociais também desempenha um papel decisivo. Influenciadores digitais e streamers patrocinados por plataformas de apostas expõem milhões de seguidores a esse universo, muitas vezes sem restrições de faixa etária. Para especialistas, esse tipo de conteúdo normaliza a prática e mascara seus riscos.

Outro fator de vulnerabilidade está no campo emocional. Entre os jovens, as apostas não são apenas motivadas pela possibilidade de lucro, mas também pelo desejo de pertencimento, de aliviar o tédio ou de escapar de situações estressantes. Questões como ansiedade, depressão, dificuldades escolares e falta de pertencimento social podem aumentar a propensão ao vício.

As consequências, porém, são graves. Dados do Centro Canadense de Saúde Mental e Vício (CAMH) indicam que de 4% a 8% dos adolescentes apresentam problemas significativos com jogos de azar, proporção bem maior do que a observada entre adultos. Os impactos vão de dívidas e queda no desempenho escolar a isolamento social e agravamento de transtornos mentais.

Para especialistas, a prevenção passa por três frentes: regulação rígida da publicidade e do acesso às plataformas, educação sobre os riscos do jogo nas escolas e diálogo aberto dentro das famílias. “Apostar não é um passatempo inocente para um jovem. O potencial de dano é alto e precisa ser tratado com seriedade”, alerta a pediatra americana Judith Shaw, da American Academy of Pediatrics.

Enquanto a popularidade das apostas cresce, compreender por que os jovens são mais vulneráveis é fundamental para proteger uma geração que, pela própria fase da vida, já vive no limite entre a experimentação e o risco.


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