Kuarup, celebração indígena que homenageia os mortos ilustres
Na região do Alto Xingu, é comemorado o Kuarup, celebração indígena que homenageia os mortos ilustres. Esse é um importante ritual que em 2020 foi cancelado, pela primeira vez em 50 anos, devido à pandemia do Covid. Você já ouviu falar dele?
O Kuarup é um ritual intertribal de homenagem aos mortos notáveis, celebrado uma vez ao ano pelos povos indígenas da região do Alto Xingu, no Mato Grosso. É uma festa para honrar a memória dos mortos e liberar suas almas para o mundo espiritual, é o momento em que eles choram pela última vez a partida dos seus entes queridos, marca o encerramento do período de luto.
Apesar de ser uma homenagem àqueles que partiram, o Kuarup não é triste, são 3 dias cheios festividades e simbolismo. O Kuarup também é o nome da madeira utilizada para representar as almas dos mortos ilustres. Cada tora representa uma pessoa, elas são enfileiradas no centro da aldeia e adornadas com cocares, faixas coloridas e pinturas que representam o que aqueles indivíduos foram em vida, como pajés, guerreiros, caçadores etc.
No final da cerimônia o tronco é jogado no rio, representando que aquela alma está livre para partir.
Durante a celebração do Kuarup é realizado também o ritual de passagem das meninas para a vida adulta. Elas são apresentadas para a tribo após um ano de reclusão.
E não para por aí, nessa mesma ocasião existe a luta Huka Huka, disputada entre duplas de guerreiros de diferentes aldeias, com seus corpos pintados, com os desenhos dos peixes e adornados com faixas coloridas feitas de linhas multicores. Embora seja uma luta, não é violenta, ganha o guerreiro que conseguir tocar atrás do joelho de seu oponente.
O Território Indígena do Xingu é composto por diversas etnias e apenas aquelas localizadas no Alto Xingu realizam o Kuarup, que em anos normais recebe turistas para acompanhar esse importante ritual.
A área cultural conhecida como Alto Xingu é formada pelos Aweti, Kalapalo, Kamaiurá, Kuikuro, Matipu, Mehinako, Nahukuá, Naruvotu, Trumai, Wauja e Yawalapiti . Apesar da variedade linguística, esses povos apresentam grande similaridade no seu modo de vida e visão de mundo. Entretanto, cada um deles faz questão de cultivar sua identidade étnica. Ao mesmo tempo que o intercâmbio cerimonial une a sociedade alto-xinguana, também promove a celebração de suas diferenças.
Respeitar o Kuarup e todas as outras cerimônias dos povos originários é reverenciar a cultura e a tradição deles, mas também é uma maneira de honrar as nossas origens, as raízes do povo brasileiro.
Pingouin apoia o Kuarup
Como forma de apoiar a tradição dos povos do Alto Xingu, a Pingouin doou fios para o Kuarup. Essa é uma maneira de mostrar que nos importamos com eles e que queremos preservar suas tradições e costumes.
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