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Empresas brasileiras querem simplificação de impostos e tecnologias que ampliem a eficiência tributária, mas só metade pretende adotar IA e automação robótica, aponta pesquisa da Deloitte

  • Segunda, 10 Agosto 2020 11:06
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Bruno Nunes
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• Estudo "Tax do Amanhã" mostra que fiscalização federal é percebida como a mais rigorosa pelas empresas de menor porte;

• 63% das empresas consultadas indicaram ter observado, em 2019, um aumento significativo na demanda por treinamento em novas tecnologias e metodologias em legislação;
• Para 96%, a qualidade das análises tributárias irá melhorar com o uso de inteligência artificial e tecnologias cognitivas;
• A maioria das organizações abordadas (75%) ainda não realizou nenhum estudo sobre o impacto da Reforma Tributária.

A discussão em torno da complexidade do ambiente tributário e de seu impacto sobre os negócios deve ganhar maturidade à luz dos desafios inéditos trazidos pela pandemia da Covid-19. A crise colocou à prova a necessidade de um sistema tributário justo, ágil e eficaz. Incentivos tributários e negociações para o pagamento de impostos têm sido recursos utilizados pelos governos para manter a sustentabilidade econômica dos negócios - especialmente dos de menor porte, mais vulneráveis à crise.

Apesar de o governo federal ter encaminhado em julho sua proposta de Reforma Tributária ao Congresso Nacional, a maioria das empresas brasileiras (75%) não havia realizado, até fevereiro, nenhum estudo sobre os impactos de um novo modelo tributário em seus negócios. Neste momento em que as companhias precisam estar mais atentas ao tema, a Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, lança a pesquisa "Tax do Amanhã - Tecnologias e recursos para os atuais desafios tributários das organizações", que consultou 159 empresas para compreender como a complexidade do ambiente tributário do Brasil afeta o mercado de forma abrangente.

"Quando nós apuramos essa pesquisa, a crise da Covid-19 ainda não havia eclodido de forma tão intensa, mas a transformação digital já havia se colocado no levantamento como um tema relevante na pauta dos gestores tributários. Agora, a transformação passa a evoluir ainda mais rapidamente do que antes e a completa integração da tecnologia aos processos renovados, com equipes engajadas e habilitadas, será fundamental para lidar com antigos e novos desafios de um ambiente de negócios dinâmico, onde o líder de Tax deve assumir seu protagonismo", destaca Gustavo Rotta, sócio de Tax Technology, Innovation e Business Tax da Deloitte.

Fiscalizações

Mais da metade das empresas pesquisadas (53%) tem sede administrativa no Estado de São Paulo, mas como operam em diversas regiões brasileiras, estão sujeitas a diferentes tributos municipais, estaduais e federais. Entre os principais tributos incidentes nas companhias consultadas, estão: PIS/COFINS (98%), IRPJ/CSLL (94%), Retenções (IFFR/CSRF/PIS/COFINS) (84%), ICMS (76%), ISS (76%), PIS-Importação/COFINS-Importação (57%), IPI (51%), IOF (51%) e ICMS-ST (49%). As respostas são múltiplas, uma vez que as organizações têm incidência de mais de um tributo.

Nesse contexto tributário complexo, a fiscalização federal está sendo percebida como a mais rigorosa pelas empresas de menor porte, provavelmente devido à sua estrutura tributária enxuta. O número de Estados em que a organização atua também influencia a percepção sobre qual seria o fisco mais rigoroso: empresas que atuam em apenas um Estado (55%) acreditam que o fisco federal é o de maior rigor. Já as organizações que atuam em quatro ou mais Estados (51%), consideram que o fisco mais rigoroso é o estadual.

Entre as companhias participantes, as de maior porte possuem uma média mais elevada de fiscalizações, visto que, em geral, operam em diversos Estados e têm maior carga tributária. Para 37% dos respondentes, o número de fiscalizações na esfera federal aumentou em 2019 em relação ao ano anterior. Em relação à esfera estadual, 40% consideram que a fiscalização cresceu no mesmo período, enquanto 22% acreditam que o mesmo ocorreu na esfera municipal. A maioria das empresas respondentes, no entanto, acredita que o número de fiscalizações se manteve o mesmo - 53% na esfera federal, 52% na estadual e 61% na municipal. Apenas 4% dos entrevistados acham que as fiscalizações diminuíram tanto na esfera federal quanto na estadual; 11% acreditam que houve diminuição no âmbito municipal.

A falta de profissionais para levantar toda a documentação necessária, dentro do prazo estipulado, é um grande desafio para que as empresas atendam com qualidade e tempestividade as fiscalizações dos fiscos. De acordo com a pesquisa da Deloitte, 32% dos respondentes relatam ter um nível de dificuldade alto para atender a fiscalizações na esfera federal. Esse número sobre para 35% na esfera estadual e diminui para 16% no campo municipal. O grau de dificuldade é considerado médio para 51% na esfera federal, 52% na estadual e 50% na municipal.

Estrutura da área tributária

Entre as empresas entrevistadas, a média geral de funcionários da área tributária é de 12 profissionais, dois a menos do que os 14 registrados na edição de 2015 da pesquisa sobre gestão tributária realizada pela Deloitte. Metade das participantes tem de 1 a 5 funcionários atuando na área tributária, enquanto 23% contam com um número entre 6 e 10 de colaboradores na área. Já 19% das companhias têm entre 11 e 50 funcionários; apenas 8% das respondentes afirmam ter mais de 51 colaboradores para cuidar das questões tributárias.

A maior parcela das empresas pesquisadas (63%) indicou ter observado, em 2019, um aumento significativo na demanda por treinamento em novas tecnologias e metodologias em relação a 2018. A necessidade por treinamento em legislação foi mantida, de acordo com 51% dos participantes, embora uma parcela expressiva (46%) já indique que esta demanda se intensificou em 2019, em comparação com o ano anterior. Em relação à contratação e à rotatividade dos profissionais, houve, entre a maioria dos respondentes, uma tendência de manutenção desses indicadores (55%).

Quase metade das participantes (49%) possuem, exclusivamente, profissionais da própria empresa cuidando da área tributária. Outras 44% têm profissionais da própria empresa e terceirizados. Apenas 7% contam com colaboradores exclusivamente terceirizados. Entre as empresas pesquisadas que têm a receita líquida anual média da ordem de R﹩ 45 milhões, são necessárias cerca de 3 mil horas para o cumprimento das obrigações tributárias. Já para as organizações com a média de receita anual de R﹩ 1,1 bilhão, a demanda de tempo é de aproximadamente 9 mil horas. A partir desta faixa de faturamento, o crescimento é exponencial: entre as organizações pesquisadas com a média de R﹩ 7,1 bilhões de receita, a dedicação necessária é de quase 34 mil horas.

Tecnologia e os desafios tributários

A expectativa dos executivos participantes da pesquisa Tax do Amanhã é a de que a tecnologia amplie a eficiência e a sofisticação da área tributária. O levantamento apresentou algumas afirmações sobre o futuro para entender se os participantes concordam total ou parcialmente com elas, e a ampla maioria (98%) confere que no futuro as fases de coleta e classificação dos dados serão automatizadas, e ferramentas de machine learning auxiliarão nesse processo. Para 96%, a qualidade das análises tributárias irá melhorar com o uso de inteligência artificiale tecnologias cognitivas, ao combinar padrões e processamento de linguagem natural. Já 94% acreditam que os profissionais trabalharão com conjuntos de dados precisos e sem limite para o armazenamento dessas informações, ampliando a performance.

Dos respondentes, 79% concordam que o acesso a informações sobre regulamentações tributárias será mais sofisticado e transparente, o que democratizará o conhecimento entre regiões ou países diferentes. E 70% acreditam que o crowdsourcing - soluções construídas coletivamente - e a contratação de freelancers para atividades tributárias, serão mais comuns devido aos avanços tecnológicos.

"Com a complexidade da gestão fiscal e tributária no Brasil - e considerando os impactos da Covid-19 no ambiente de negócios - a tecnologia é um recurso fundamental para que as empresas tenham resiliência e possam garantir a continuidade e a eficiência no cumprimento de suas obrigações tributárias. É preciso estar, mais do que nunca, atento e aberto a essas novas soluções.", afirma Gustavo Rotta .

A maioria das empresas participantes da pesquisa declarou que já realiza operações com o auxílio da tecnologia. Apenas 4% não têm nenhuma operação automatizada. A emissão de notas fiscais, a entrega de obrigações (como o SpedFiscal) e os lançamentos de saída são ações realizadas automaticamente por mais de sete em cada dez empresas pesquisadas.

As operações fiscais e tributárias podem se beneficiar da inteligência artificial e da automação robótica de processos em suas atividades de maior recorrência e volume. No entanto, apenas 50% dos entrevistados pretendem adotar esses recursos. De acordo com essa parcela, os principais objetivos ao adotar as ferramentas são melhorar a performance da área tributária (68%), reduzir erros nos processos tributários (66%), agilizar processos existentes (55%), garantir a sinergia entre todas as etapas do processo (46%) e promover a segurança de dados (26%).

O número de empresas que pretendem adotar ferramentas hospedadas em nuvem para atividades tributárias é de 61%. Desse total, 70% declaram que o principal objetivo para adotar a nuvem é melhorar a performance da área. Para 47%, o intuito é ter acesso a novas tecnologias. Os outros objetivos citados são obter rápida escalabilidade (47%), facilitar a implantação (46%), catalisar inovações em tecnologia da informação (31%), melhorar o tempo de entrada no mercado (29%) e promover a segurança de dados (2%).

Investimentos na área tributária

Para quase dois terços dos respondentes, a prioridade de investimento da área seria em tecnologia caso houvesse aumento do orçamento. Na sequência, um quinto dos participantes indicou a otimização de processos como prioritária. A contratação e a qualificação de pessoas foram pouco lembradas pelos respondentes como prioridade. Em um recorte por cargo, em média, os profissionais em nível de diretoria e presidência tendem a valorizar mais as tecnologias como possíveis investimentos (66% veem como prioritário), em relação aos respondentes de outras áreas (59%). A otimização de processos, por sua vez, é mais valorizada pelos profissionais de cargo até gerência (26%), que estão na ponta dos desafios operacionais, do que pelos CXOs (17%).

As empresas de maior porte têm maior apetite por investimentos relacionados a tecnologia para a área fiscal e tributária, em comparação às demais. Para as organizações de menor porte destaca-se a contratação e treinamento de pessoal como um desafio mais relevante, frente aos outros respondentes. Entre as indústrias pesquisadas, os setores de construção, serviços e manufatura possuem maior interesse em investir em otimização de processos do que os demais -um reflexo de seus desafios operacionais. A indústria da construção, por sua vez, tem menor interesse em investir em tecnologia, entre os setores abordados, o que revela um maior desafio do ramo em adotar novas metodologias, em relação aos demais.

Reforma Tributária e o modelo ideal

As principais expectativas dos entrevistados em relação à Reforma Tributária são a simplificação dos impostos (61%), eliminação de redundância das obrigações acessórias (49%), menor custo de compliance tributário (43%), redução das obrigações acessórias (31%) e maior segurança jurídica (26%). Os empresários esperam ainda: melhor definição sobre fator gerador e conceitos em um cenário de IBS (18%), maior transparência da carga tributária (18%), racionalização de processos (13%), menor frequência de alterações de normas tributárias (11%), menor proporção de impostos ao longo da cadeia produtiva (11%), menor litigiosidade administrativa/judicial (10%) e substituição por um modelo de tributação sobre movimentações financeiras (3%).

Na visão da maioria dos entrevistados (71%), o modelo ideal para a Reforma Tributária é o que crie um IVA (imposto de valor agregado) federal que consolide os seguintes impostos: ICMS, ISS, IPI e PIS/COFINS. Para 29%, no entanto, o mais adequado é a criação de dois IVAs - um federal e um de competência de Estados ou municípios. Entre os entrevistados, 61% acreditam que o modelo tributário ideal é com incentivos fiscais, ante 38% que pensam que o ideal é que seja sem incentivos. A preferência de cerca de nove em cada dez entrevistados é por um modelo tributário que preveja a manutenção de créditos acumulados decorrentes do modelo atual, na data da entrada em vigor da nova norma.

Sobre o período de transição para o novo modelo, 71% dos participantes acreditam que serão necessários cinco anos, enquanto 11% imaginam que serão necessários dez anos. Para 15%, não será necessário período de transição. As principais preocupações das organizações respondentes em relação à transição da reforma tributária são com custos não previstos (67%), possível duplicação de impostos (42%), possível duplicação de sistemas (34%), falta de pessoal preparado (31%), perda de incentivos (30%) e perda de crédito (25%).

Perfil da amostra

A pesquisa Tax do Amanhã foi conduzida pela Deloitte entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020. Dos entrevistados, 71% ocupam cargos executivos e 43% das empresas participantes tiveram faturamento maior que R﹩ 500 milhões em 2019. Mais da metade das empresas (53%) tem sede em São Paulo, 18% no Sudeste (sem SP), 18% na região Sul, 9% no Nordeste e 1% no Centro-Oeste e Norte.

A maior parte dos respondentes (62%) atua exclusivamente em uma área, com predominância das áreas tributária, contábil e financeira. No entanto, 38% atuam em pelo menos duas áreas em sua organização. Mais de um terço dos respondentes indicou que o reporte da área tributária de sua empresa é feito ao controller - porcentagem um pouco maior dos que indicaram se reportar ao diretor financeiro. Entre os demais respondentes, o reporte está pulverizado, principalmente entre o diretor tributário, o presidente da organização e o gerente financeiro/contábil.

Sobre a Deloitte

A Deloitte oferece serviços de auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos e consultoria tributária para clientes públicos e privados dos mais diversos setores. Atendemos a quatro de cada cinco organizações listadas pela Fortune Global 500®, por meio de uma rede globalmente conectada de firmas-membro em mais de 150 países, trazendo capacidades de classe global, visões e serviços de alta qualidade para abordar os mais complexos desafios de negócios dos clientes. Para saber mais sobre como os 312 mil profissionais da Deloitte impactam positivamente nossos clientes, conecte-se a nós pelo Facebook, LinkedIn e Twitter. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é uma das líderes de mercado, com seus 5.500 profissionais e com suas operações em todo o território nacional, a partir de 12 escritórios.

A Deloitte refere-se a uma firma-membro da Deloitte, uma de suas entidades relacionadas, ou à Deloitte Touche Tohmatsu Limited ("DTTL"). Cada firma-membro da Deloitte é uma entidade legal separada e membro da DTTL. A DTTL não fornece serviços para clientes. Por favor, consulte http://www.deloitte.com/about para saber mais. A Deloitte é líder global em auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos, consultoria tributária e serviços correlatos. Nossa rede de firmas-membro, presente em mais de 150 países e territórios, atende a quatro de cada cinco organizações listadas pela Fortune Global 500®. Saiba como os 312.000 profissionais da Deloitte impactam positivamente seus clientes em http://www.deloitte.com


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