81% dos pequenos negócios paranaenses apontam queda de faturamento, indica levantamento
Números foram revelados pela 11ª edição da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios”
Apesar do início da reabertura da economia e das diminuições das restrições no Brasil e estados por conta da crise do coronavírus, o índice de empresas paranaenses que registraram perdas no faturamento (81%) é o pior desde o mês de junho do ano passado, quando 87% dos negócios revelavam a perda de receitas. Em nível nacional, a média aponta que 79% dos empresários alegaram queda no faturamento, conforme apurou a 11ª edição da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios” realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Outro número revelado na pesquisa é a variação média das receitas dos empresários do Paraná. Na média, o faturamento é 45% menor em relação a uma semana antes da pandemia. Ao todo, 56% dos empresários paranaenses afirmam que estão funcionando com mudanças por conta da crise e, entre as principais delas está a utilização da internet, de aplicativos e de redes sociais. 63% dos donos de micro e pequenos negócios estão utilizando as ferramentas digitais, mas elas ainda representam menos de 50% das vendas totais para 65% dos empresários paranaenses.
A utilização de novas ferramentas, porém, não tem sido suficiente para trazer o otimismo necessário aos empreendedores. Os paranaenses responderam que acreditam que a normalidade dos negócios ocorrerá daqui a 18 meses, em outubro de 2022.
Crédito
O número de pequenos negócios com atrasos no pagamento de dívidas e empréstimos foi 31% no Paraná, número que demonstra uma estabilidade em relação às últimas pesquisas e é o quinto menor índice do Brasil. Ao todo, 50% dos empresários paranaenses entrevistados já buscaram empréstimos durante a pandemia e 63% obtiveram o montante, terceiro maior índice do Brasil.
A pesquisa indica ainda que 43% dos empreendedores requisitaram crédito apenas entre janeiro e maio de 2021, um indicativo desse momento em que os donos de micro e pequenos negócios tiveram que buscar alternativas financeiras para suprir as perdas de seus negócios.
Brasil
De acordo com o estudo, o número de empresas que atuam em locais com restrição caiu de 54%, em fevereiro (2020), para 32%, em maio e a quantidade de pequenos negócios operando (com ou sem mudança) se manteve estável em 80%, nesse mesmo período.
“A pesquisa nos permite perceber que apenas a autorização para reabertura das empresas não é fator suficiente para influenciar de forma positiva o faturamento desses negócios. Por isso é fundamental que a vacinação seja acelerada e que sejam criadas novas políticas que amparem os empreendedores, ampliem o acesso ao crédito e reduzam o custo desses empréstimos de forma rápida”, analisa o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
A queda no movimento de recuperação também tem deixado os donos de pequenos negócios cada vez mais aflitos e apreensivos. Eles acreditam que o retorno à normalidade ocorrerá apenas em outubro de 2022, ou seja, daqui a 18 meses. Esse índice tem crescido desde novembro do ano passado, quando o tempo de retorno estimado estava em 14 meses. “Todo esse cenário tem feito com que 56% dos entrevistados estejam aflitos e preocupados com o futuro das suas empresas, já que para 75% deles a empresa é a principal fonte de renda da família”, observa o presidente do Sebrae.
Metodologia
A pesquisa quantitativa entrevistou 7.820 microempreendedores individuais (MEI) e donos de pequenos negócios entre os dias 25 de maio e 1º de junho, em todos os estados e no Distrito Federal, por meio de formulário online. O erro amostral é de +/- 1% para os resultados nacionais. O intervalo de confiança é de 95%.
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