Roubo de Carga e o Seguro
Muito tenho lido e acompanhado a situação do Roubo de Carga no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro. Olhando para o nosso mercado segurador frente a esse problema, entendo que o roubo de carga é um reflexo de um conjunto de circunstâncias política - econômica - social que levam a situação a níveis nos quais nos encontramos.
Obviamente o combate ao roubo de carga deve ser atacado na raiz do problema:
- com medidas Políticas , legislativas, econômicas e sociais que são as únicas que tem condições de reduzir ou mesmo colocar em níveis mínimos o problema;
- na sua objetividade pela ação da polícia e pelas medidas de gerenciamento de risco elaboradas e realizadas pelos nossos especialistas na matéria e que atuam junto aos segurados no dia a dia,
Dentro desse contexto, o mercado segurador deve se posicionar no que lhe cabe que é o de precificar corretamente o risco, portanto viabilizar o seguro, e que pode resultar em repassar tanto redução como aumento de taxas à sociedade.
O que me preocupa é que não vemos atitudes no sentido dessa procura pela precificação assertiva por parte dos Seguradores, além de observarmos o mercado segurador abrir mão de receitas financeiras como DDRs, Estipulações e ainda “turbinados” por normas legais que ajudam a promover o enfraquecimento financeiro do mercado segurador de transporte Brasileiro.
Da forma que a comercialização do seguro de transporte está estruturada atualmente, o mercado de seguros está absorvendo muito mais do que deveria as consequências do roubo de carga no Brasil, e dessa forma, pela baixa arrecadação de prêmios, os Seguradores perdem (basta olhar a sinistralidade das Cias), os corretores tem suas comissões reduzidas, o Governo perde com a redução da arrecadação, e se nada for feito, até os próprios segurados que aparentemente se beneficiam com o atual cenário comercial, irão perder ainda mais (principalmente os pequenos), como já veem perdendo com o acesso a produtos e coberturas que lhes garantam suas operações de forma eficiente.
O mercado de seguros tem que ser forte financeiramente para podermos prestar um bom serviço, através de um bom atendimento comercial e com indenizações rápidas e eficientes! E para isso acontecer, somente cobrando o justo e não rasgando dinheiro, o que infelizmente o mercado vem fazendo.
Nessa matéria, não cabe detalhar os absurdos comerciais com os quais temos nos deparado atualmente no mercado para não chocar e não desestimular nossos colegas, mas para alguns leitores que estão envolvidos nessas operações que me refiro, espero que sirva de alguma forma de reflexão para ajudarmos o nosso mercado Segurador de Transportes a ter dias melhores.
Ricardo Labatut
Corretor de Seguros
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