Entre a inovação e o conhecimento, os desafios de um futuro que já chegou (Destaque)
Especialista analisa como tecnologia, educação e competências estão sendo redefinidas em ritmo acelerado
Durante décadas, conhecimento, tecnologia e inovação foram tratados como campos distintos. Hoje, essa separação já não se sustenta. Em um cenário marcado pela inteligência artificial, avanços científicos acelerados e mudanças profundas na forma de aprender, trabalhar e produzir valor, cresce o debate sobre como essa convergência está moldando o desenvolvimento social, econômico e humano.
A velocidade dessas transformações desafia modelos tradicionais de educação, exige novas competências profissionais e amplia discussões éticas que extrapolam a ideia de inovação como sinônimo automático de progresso. Se, no início dos anos 2000, muitas dessas mudanças pareciam distantes, agora fazem parte do cotidiano. A questão central passa a ser menos sobre o que está por vir e mais sobre como a sociedade está lidando com um futuro que já se impôs.
Para a especialista em inovação da American Global Tech University (AGTU), Bárbara Mellado, o principal desafio não está apenas em acompanhar a evolução tecnológica, mas em compreender como o conhecimento se transforma e passa a orientar decisões individuais e coletivas. “Inovação não é sinônimo de tecnologia isolada. Ela acontece quando o conhecimento é aplicado de forma crítica, ética e estratégica para resolver problemas reais da sociedade”, afirma.
Segundo Bárbara, a forma como o conhecimento é produzido, acessado e compartilhado mudou radicalmente, exigindo uma revisão profunda dos modelos tradicionais de aprendizado e desenvolvimento profissional. “O saber deixou de ser linear e centralizado. Vivemos em um ecossistema de múltiplos conhecimentos, que se conectam, se atualizam e se ressignificam constantemente”, destaca.
Essa transformação impacta diretamente o mundo do trabalho e a construção de competências. Para a especialista, compreender os diferentes tipos de conhecimento e sua aplicação prática tornou-se essencial para atuar em um ambiente cada vez mais instável e dinâmico. “O profissional do presente precisa aprender de forma contínua, porque a relevância não está apenas no que se sabe, mas na capacidade de transformar esse saber em ação”, diz.
O debate sobre inovação também passa pelo reconhecimento de seus limites e riscos. Bárbara Mellado ressalta que os avanços tecnológicos não seguem uma trajetória linear e inevitavelmente levantam dilemas. “Toda inovação traz benefícios, mas também provoca tensões, incertezas e questões éticas. Ignorar esse lado é comprometer o próprio futuro que estamos construindo”, observa.
Nesse contexto, a relação entre conhecimento, inovação e educação ganha papel estratégico. “Aprender e ensinar já não seguem os mesmos formatos de décadas atrás. As pessoas mudaram sua relação com o conhecimento, e a educação precisa dialogar com essa nova realidade, mais conectada, diversa e dinâmica”, afirma.
Ao analisar as megatendências tecnológicas, Bárbara provoca uma reflexão sobre o tempo em que vivemos. “Muitas das transformações que imaginávamos para um futuro distante já estão acontecendo agora. A questão não é quando elas chegam, mas como escolhemos lidar com elas”, conclui.
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