Crise silenciosa de 2025 expõe a importância de líderes que sabem cuidar
Dados de saúde mental e engajamento mostram queda no bem-estar das equipes e reforçam a necessidade de líderes que acolhem e criam segurança psicológica
O ano de 2025 confirmou uma tendência que vinha sendo observada desde a pandemia. O adoecimento emocional das equipes alcançou níveis preocupantes e já impacta diretamente a produtividade das organizações. Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde aponta que transtornos como ansiedade e depressão se tornaram uma das principais causas de afastamento no trabalho em vários países. No Brasil, dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho indicam mais de 1 milhão de afastamentos por transtornos mentais entre 2012 e 2023, o que reflete uma crise silenciosa que se aprofundou neste ano. Pesquisas da Gallup mostram que seis em cada dez profissionais relatam sensação de exaustão frequente e que equipes com baixo reconhecimento têm até três vezes mais risco de apresentar burnout.
Para Alexandre Slivnik, especialista em excelência de serviços, vice-presidente da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento e professor convidado da FIA/USP, o que diferencia as empresas mais resilientes é a qualidade da liderança, especialmente a capacidade de cuidar das pessoas. “Times não performam porque são pressionados, mas porque se sentem seguros e apoiados. O maior diferencial competitivo hoje é o líder que escuta, acolhe e cria um ambiente de confiança”, afirma o especialista. Slivnik tem mais de 20 anos de atuação em RH, é autor de livros sobre comportamento organizacional e conduz programas de formação de líderes no Brasil e no exterior. Também é diretor executivo do IBEX, em Orlando.
Segundo o especialista, os números mostram que o cuidado deixou de ser um tema subjetivo e passou a ser um fator estratégico. Um estudo da Deloitte indica que cada dólar investido em saúde mental corporativa retorna até quatro dólares em produtividade e redução de turnover. A Fundação Getulio Vargas reforça a tendência ao apontar que ambientes com cultura de empatia e segurança psicológica registram até 35 por cento menos rotatividade e até 32 por cento mais produtividade.
Slivnik explica que a liderança tem papel decisivo nesse cenário. “O engajamento segue a lógica da gravidade, ele começa de cima para baixo. Quando o líder dá exemplo de humanidade, reconhece comportamentos, cria espaço para conversas difíceis e oferece clareza, a equipe entrega mais e adoece menos”, afirma. Ele destaca ainda que as empresas que compreenderem essa mudança entrarão em 2026 mais preparadas para competir. “Cuidar virou estratégia. Ignorar isso significa perder talentos, qualidade e reputação.”
Como líderes podem reduzir os impactos da crise emocional nas equipes
Slivnik aponta cinco práticas essenciais que têm apresentado resultados consistentes em empresas brasileiras e internacionais.
Criar segurança psicológica real
Reuniões que permitem divergências, líderes acessíveis e ausência de punição por erros reduzem ansiedade e aumentam criatividade. Pesquisas da Gallup mostram que equipes com segurança psicológica têm 27 por cento mais chances de alta performance.
Reconhecer com frequência e de forma específica
Colaboradores que recebem reconhecimento frequente são até três vezes mais engajados e contribuem para aumentos de até 24 por cento na rentabilidade, segundo a Gallup. O especialista reforça que reconhecimento não é elogio genérico, mas a nomeação clara de comportamentos positivos.
Estabelecer rotinas de escuta ativa
Conversas individuais, pesquisas internas e canais permanentes de diálogo ajudam a identificar sinais precoces de desgaste. “Escutar não é esperar a vez de falar. É compreender o que está por trás das palavras”, afirma o especialista.
Alinhar propósito e expectativas
Estudos da McKinsey mostram que setenta por cento dos profissionais afirmam que ter clareza de propósito no trabalho é decisivo para permanecer na empresa. A falta dessa conexão é um dos principais fatores de desengajamento.
Promover equilíbrio e limites saudáveis
Excesso de reuniões, metas desalinhadas e longas jornadas aumentam burnout. Equipes com carga equilibrada e clareza operacional registram índices mais altos de inovação e satisfação.
Slivnik conclui que a crise de 2025 apenas tornou explícito o que já vinha sendo negligenciado. “A empresa que cuida cresce. A empresa que ignora adoece e leva junto quem trabalha nela.” Para ele, a liderança que sabe cuidar não é apenas mais humana. É mais eficiente.
Sobre Alexandre Slivnik
Alexandre Slivnik o único brasileiro a dar a volta ao mundo em um avião privado da Disney para conhecer os bastidores de todos os parques da empresa no mundo, juntamente com seus maiores executivos. É reconhecido oficialmente pelo governo norte americano como um profissional com habilidades extraordinárias na área de palestras e treinamentos (EB1).
Autor de diversos livros, entre eles do best-seller O Poder da Atitude. Diretor executivo do IBEX – Institute for Business Excellence, sediado em Orlando / FL (EUA). Vice-Presidente da ABTD - Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento. Professor convidado do MBA de Gestão Empresarial da FIA / USP.
Palestrante com mais de 20 anos de experiência na área de RH e Treinamento. Atualmente um dos maiores especialistas em Encantamento de Clientes no Brasil. Palestrante Internacional com palestras feitas nos EUA, EUROPA, ÁFRICA e ÁSIA, tendo feito especialização na Universidade de Harvard (Graduate School of Education - Boston / EUA).
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