O futuro do seguro é figital: transformação digital e dados impulsionam o setor
Por João Valli, Diretor de Produtos e Pricing da Youse
Participar do ITC Vegas, um dos maiores eventos globais de inovação no setor de seguros, foi como olhar para o futuro e ver que ele já está presente. O encontro reuniu centenas de empresas de tecnologia e líderes do setor para discutir como a inteligência artificial, os dados e a cultura de inovação estão redefinindo o papel das seguradoras.
O que mais chamou atenção foi a convergência entre tecnologia e experiência do cliente. Em praticamente todos os estandes, a discussão ia além da eficiência operacional: tratava-se de entender como usar dados e IA para construir relações mais simples, empáticas e personalizadas aplicadas à realidade das pessoas. Ferramentas de IA para corretores, ERPs inteligentes para gestão de apólices e soluções de precificação com machine learning estavam entre as principais tendências, mas o recado era claro: tecnologia sem propósito não gera valor.
Uma das palestras mais inspiradoras foi conduzida pelo CEO do time de beisebol Savannah Bananas, que transformou um negócio regional em uma das marcas esportivas mais engajadas dos Estados Unidos. Sua mensagem, direcionada às seguradoras, foi simples e poderosa: remova atritos, experimente sempre e entregue algo a mais ao seu cliente. Essa mentalidade, aplicada ao setor de seguros, mostra que inovação não é apenas sobre novas ferramentas, mas sobre uma nova forma de pensar a relação com o consumidor.
Outro destaque foi o debate sobre inteligência artificial aplicada ao seguro. Em um mercado ainda em busca de métricas claras de retorno, o principal aprendizado é que não existe IA bem-sucedida sem uma base sólida de dados. A jornada deve começar pela estruturação das informações, evoluir para modelos de aprendizado e, só então, automatizar processos. O valor real está na inteligência gerada a partir dos dados, e não apenas nas interfaces que a tecnologia oferece.
Por fim, o painel que comparou os mercados de Brasil e Estados Unidos reforçou o tamanho da oportunidade que temos. Enquanto 95% da frota americana é segurada, no Brasil esse número é de cerca de 30%. Ampliar o acesso ao seguro passa por simplificar, diversificar canais e fortalecer a atuação dos corretores, pilares essenciais para expandir a proteção e reduzir o gap de cobertura.
Mais do que apresentar soluções, o ITC Vegas foi um convite à reflexão. O futuro do seguro é digital, sim — mas é, acima de tudo, humano e presente no real.
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