Com o tema “Humanidade Aumentada - A Inteligência Artificial como um copiloto”, o especialista apresentou uma visão abrangente sobre o papel da IA no mundo do trabalho e nas relações humanas.

Ele destacou que as máquinas estão aprendendo padrões de linguagem a partir de contextos sociais, reproduzindo não apenas a estrutura das palavras, mas também os significados que delas emergem. “A forma como uma informação é transmitida tem tanto ou mais impacto que o próprio conteúdo”, afirmou o palestrante, ressaltando a importância da comunicação consciente na era da IA.

Durante o encontro, Vicente abordou os principais desafios da adoção da tecnologia nas empresas, como a lacuna de aprendizado entre equipes, a desconexão entre modelos e processos de trabalho, a falta de espaço para experimentação e o uso não autorizado de ferramentas, fenômeno conhecido como “shadow AI”. Ele alertou ainda para a “cultura do hype”, em que a empolgação com novas tecnologias pode gerar distração e investimentos mal direcionados.

A pauta ética também esteve presente na conversa. O especialista lembrou que a IA não é neutra, pois as decisões algorítmicas são desenhadas por humanos e, sem governança adequada, podem reforçar desigualdades ou excluir grupos. Propôs, assim, uma abordagem multissetorial, que envolva governos, empresas, academia e sociedade civil. Entre os pilares de uma estrutura de governança em IA, destacou cinco domínios essenciais: alinhamento estratégico, gestão de dados e compliance, gestão operacional e tecnológica, considerações éticas e sociais, e transparência e responsabilização.

Vicente apresentou ainda conceitos práticos de engenharia de prompt, enfatizando que o sucesso na interação com ferramentas de IA depende da clareza e do contexto fornecido. Explicou o fenômeno das “alucinações”, que são respostas incorretas, porém verossímeis, e orientou sobre formas de mitigá-las por meio de checagem e chancela humana.

O palestrante reforçou que o propósito da IA é impulsionar a inteligência humana, atuando como parceira de pensamento. O uso dessas tecnologias deve ser guiado por propósito, ética e aprendizado contínuo.

Encerrando o treinamento, Vicente realizou demonstrações práticas de ferramentas como Notebook LM, ChatGPT, Claude IA, Gamma e outros, exemplificando como essas plataformas podem apoiar a produtividade e a criatividade no ambiente de trabalho.

O encontro fez parte do ciclo de capacitações do “Conecta em Ação”, projeto da CNC que busca preparar lideranças e equipes para atuar de forma estratégica e responsável em um cenário cada vez mais moldado pela transformação digital e pela inteligência artificial.