Transferir conhecimento é estratégia: o impacto do know-how brasileiro nos EUA
Consultorias e empresas de tecnologia estão entre os setores que mais têm capitalizado com a exportação de modelos de gestão e práticas corporativas
A internacionalização das empresas brasileiras deixou de ser apenas um movimento de vendas externas e instalação de filiais. Nos últimos anos, consultorias e companhias de tecnologia passaram a enxergar valor na exportação de conhecimento, levando aos Estados Unidos não apenas produtos, mas também processos de gestão, metodologias de trabalho e práticas culturais desenvolvidas no Brasil.
Segundo Alfredo Trindade, CEO da Ecco Planet Consulting, que já assessorou mais de 2 mil projetos de internacionalização em território norte-americano, o intercâmbio tem fortalecido a percepção técnica das marcas brasileiras. “Não se trata apenas de abrir mercado consumidor. Cada vez mais vemos empresas brasileiras sendo reconhecidas pela capacidade de transferir modelos de gestão, treinamentos e soluções corporativas que agregam valor ao ambiente empresarial dos EUA”, afirma.
Know-how como ativo intangível
O fenômeno tem sido observado principalmente nas áreas de tecnologia, educação corporativa e consultoria de negócios. De acordo com dados da SelectUSA, programa oficial do governo norte-americano para atração de investimentos, o Brasil foi o 12º maior investidor direto nos EUA em 2024, com aportes superiores a US$20 bilhões. Parte desse movimento se explica pela busca de empresas brasileiras em consolidar seus métodos como referência internacional.
Exemplos recentes incluem startups brasileiras de software que replicaram modelos de atendimento digital utilizados em grandes centros urbanos do Brasil para hubs de inovação em Austin e Miami. No setor de saúde corporativa, empresas levaram metodologias de treinamento voltadas ao bem-estar dos funcionários, adaptando programas já consolidados em suas matrizes para subsidiárias americanas.
“O mercado norte-americano valoriza inovação em processos. Quando uma empresa brasileira chega com uma proposta validada em escala nacional e consegue traduzir essa experiência em soluções aplicáveis nos EUA, o ganho reputacional é imediato”, analisa Trindade.
Vantagem competitiva em cenário global
Para especialistas, a exportação de know-how funciona como ferramenta de diferenciação em um ambiente altamente competitivo. Nos Estados Unidos, onde pequenas e médias empresas representam 99,9% do total de negócios, segundo o U.S. Small Business Administration, a capacidade de oferecer metodologias exclusivas pode abrir portas em setores saturados.
Trindade observa que esse movimento reforça a profissionalização da imagem brasileira no exterior. “A transferência de conhecimento projeta o Brasil não apenas como fornecedor de commodities ou produtos, mas como protagonista em inovação, gestão e serviços de alto valor agregado. Isso amplia a credibilidade internacional e contribui para atrair investidores”, diz.
Riscos e cuidados necessários
Apesar do potencial, a exportação de know-how exige cuidados. A ausência de estudo de mercado, o despreparo para adaptar conteúdos ao perfil cultural americano e a negligência em relação às normas locais estão entre os erros mais comuns cometidos por empresas brasileiras. Um levantamento da própria Ecco Planet aponta que 70% dos negócios que fracassam nos EUA não validaram previamente sua metodologia com o público-alvo local.
“Muitos empresários acreditam que basta replicar no exterior o que funciona no Brasil. Mas os Estados Unidos têm características próprias de consumo e de regulação. É preciso traduzir a experiência sem perder a essência, garantindo aderência ao novo contexto”, alerta Trindade.
Oportunidades para o futuro
A tendência é que o movimento de transferência de know-how se amplie, especialmente em setores ligados à digitalização e à sustentabilidade. A demanda crescente por soluções de eficiência energética, gestão de equipes remotas e inteligência artificial abre espaço para modelos desenvolvidos no Brasil e que podem ser exportados para o mercado norte-americano.
Para Alfredo Trindade, trata-se de uma oportunidade estratégica. “Empresas que enxergam a internacionalização como via de mão dupla, de maneira que se vende, mas também se ensina e aprende, têm mais chances de construir uma trajetória sólida nos Estados Unidos. É a combinação entre presença física e autoridade técnica que gera valor percebido”, conclui.
Sobre a Ecco Planet Consulting
A Ecco Planet Consulting é uma empresa especializada em consultoria para internacionalização de negócios e investimentos nos Estados Unidos, com sedes em Orlando e Miami, na Flórida. Fundada em 2010, a empresa já conduziu mais de 2 mil projetos, assessorando investimentos que ultrapassam US$ 100 milhões no mercado norte-americano. Atua também nos setores de real estate e construção civil, onde já entregou mais de 300 unidades com foco em empresários e investidores de toda a América Latina. Para mais informações, acesse o site oficial, o Instagram ou o LinkedIn.
Sobre Alfredo Trindade
Alfredo Ignacio Trindade Netto é sócio-fundador e CEO da Ecco Planet Consulting desde 2009, durante sua carreira de 25 anos ocupou cargos de liderança no Brasil, Argentina e Estados Unidos, com passagens por multinacionais como Carrier United Technologies, Ingersoll Rand e La Fortezza. Há mais de 15 anos, lidera projetos de internacionalização de empresas e investimentos no mercado americano. É formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP e Administração de Empresas com ênfase em Marketing pela UNIVERSIDADE BANDEIRANTE - SP e atua como Real Estate Broker licenciado pelo estado da Flórida. Para mais informações, acesse o Linkedin.
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