A experiência como motor da inovação: estratégias para transformar resultados (Destaque)
*Por Patricia Villa Nova
Assumir um cargo executivo aos 49 anos, em uma startup de tecnologia voltada ao futuro dos Recursos Humanos, ainda causa surpresa em muitos círculos corporativos. Especialmente quando se trata de uma mulher. A narrativa predominante é a da juventude como sinônimo de inovação — e a maturidade, muitas vezes, é percebida como um “ciclo encerrado”. Mas esse paradigma está mudando. E é preciso acelerar essa transformação.
Recentemente, aceitei o convite para ocupar a Diretoria Comercial da numa HR Tech com proposta ágil, centrada em dados, mas — acima de tudo — orientada por pessoas. Essa missão se conecta diretamente com tudo o que vivi ao longo das últimas três décadas: liderando equipes, dialogando com executivos de RH, redesenhando estratégias e ajudando empresas a se tornarem mais humanas e sustentáveis.
Levo comigo uma bagagem construída com escuta ativa, relacionamentos de longo prazo e compreensão de contextos complexos. E orgulho-me de dizer que, hoje, essa bagagem é vista como valor — não como excesso. A startup onde estou sabe disso. A nova economia começa, finalmente, a reconhecer que a diversidade geracional é fator de inovação, não de limitação.
É importante frisar: o etarismo no mercado de trabalho ainda é estrutural. E quando cruzado com gênero, seus efeitos são ainda mais profundos. Mulheres maduras são frequentemente descartadas de processos seletivos, subestimadas ou empurradas para funções de suporte, mesmo quando têm ampla capacidade de liderança. Trata-se de uma perda silenciosa de capital humano.
Mas há um movimento em curso. Cada vez mais profissionais com mais de 45 anos estão assumindo protagonismo em áreas ligadas à tecnologia, gestão e empreendedorismo. Essa inflexão é estratégica. Equipes que unem juventude digital com maturidade analítica são mais completas, mais resilientes e mais preparadas para tomar decisões sob pressão.
Empresas estão apostando nisso. E eu, com entusiasmo, aceitei o desafio. É uma via de mão dupla: o novo aprende com o vivido, e o vivido se oxigena com o novo.
Mais do que um título, esse novo cargo representa um manifesto: nunca é tarde para se reinventar — e para ocupar lugares que, por muito tempo, nos foram negados não por falta de competência, mas por excesso de preconceito.
Que a experiência volte a ser vista, no mundo corporativo, como um ativo estratégico. Porque, sim, a experiência também inova.
Patricia Villa Nova é Diretora Comercial da startup Meu RH 360. Atua há mais de 30 anos no setor de Recursos Humanos, consultoria e gestão de pessoas.
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