Como a Inteligência Artificial une nostalgia e tecnologia para conquistar Millennials e Geração Z
Fontes: Bianca Dramali, professora de gestão da experiência do consumidor da ESPM e Marcos Bedendo, professor de branding e marketing da ESPM
Resgatar referências do passado se consolidou como uma estratégia eficaz para atrair consumidores das gerações millennial e Z. Marcas têm revisitado estéticas retrô, relançado produtos icônicos e recriado experiências para estabelecer conexões emocionais e fortalecer o vínculo com o público.
A inteligência artificial tem ampliado a conexão entre nostalgia e tecnologia. Para Bianca Dramali, professora de gestão da experiência do consumidor da ESPM, a IA preserva a memória afetiva ao remasterizar conteúdos, recriar vozes e personalizar produtos. "Para o marketing, a máquina do tempo já existe. Porque quando as marcas voltam a fabricar bens que haviam sido descontinuados, elas recriam o tempo. Buscam retomar a conexão daquele produto à atmosfera e sentimentos de uma dada época e contexto. Com a IA isso se potencializa, podendo de fato promover encontros em uma espécie de universo paralelo. O consumo que já tinha o poder mágico de recriar o tempo por seus produtos relançados, agora pode potencializar ainda mais essa ambiência de passado, com ferramentas que misteriosamente parecem ter vindo do futuro. ", afirma. Esse resgate fortalece o apelo emocional das marcas, que utilizam a IA para reintroduzir clássicos e conectar diferentes épocas ao público atual.
De acordo com uma pesquisa da Kantar Worldpanel (2023), 30% dos brasileiros procuram produtos que remetem a memórias afetivas e tradições familiares. Um levantamento da Nielsen (2022) apontou que 25% dos consumidores preferem produtos com alguma conexão emocional com o passado. Esse movimento tem impulsionado o relançamento de diversas marcas e produtos clássicos.
O Chocolate Surpresa, da Nestlé, é um exemplo recente de sucesso ao equilibrar nostalgia e inovação, mantendo sua identidade e incorporando tecnologias como QR Codes para realidade aumentada. Seguindo essa tendência, a Avon relançou o brilho labial em formato de moranguinho, um clássico dos anos 1990 e 2000, impulsionado por uma forte campanha digital.
O Boticário também apostou no resgate afetivo ao trazer de volta o miniestojo de batons Six Mini Lips, popular nos anos 1990, estrelando a atriz Cláudia Ohana na campanha. No setor de combustíveis, a Ipiranga reviveu a marca Texaco no Brasil, restaurando uma identidade ausente do mercado há 16 anos.
Já a Kibon trouxe de volta um ícone do verão brasileiro: após mais de duas décadas, a promoção “Palito Premiado” retorna para engajar novas gerações.
Na dramaturgia, os remakes seguem em alta, com o sucesso de Pantanal (1990–2022) e Renascer (1993–2024). Em março de 2025, será a vez de Vale Tudo, clássico de 1988, ganhar uma nova versão e reacender debates que marcaram a teledramaturgia nacional.
Para as marcas, a nostalgia é um recurso eficaz para criar conexões emocionais e fidelizar clientes. Redes sociais como TikTok e Instagram têm amplificado esse fenômeno, permitindo que conteúdos nostálgicos viralizem e alcancem novas audiências. "A nostalgia é uma estratégia poderosa que conecta marcas a emoções de conforto e familiaridade, tornando a experiência do consumidor mais significativa. No entanto, para ser eficaz, precisa ser autêntica e alinhada à identidade da marca", destaca Marcos Bedendo, professor de branding e marketing da ESPM.
Seja na moda, tecnologia ou entretenimento, o passado segue inspirando o futuro e oferecendo novas formas de conexão entre marcas e consumidores. Empresas que traduzem essa tendência em estratégias autênticas e inovadoras estão um passo à frente na disputa pela atenção do público.
Os professores estão disponíveis para entrevistas.
Sobre a ESPM
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