Como construir um Centro de Serviços Compartilhados do zero
Por Breno Rabelo, Executivo Sênior na Accenture e Conselheiro Administrativo da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados (ABSC)
A criação de um Centro de Serviços Compartilhados (CSC) é uma decisão estratégica que transforma como as empresas centralizam processos, reduzem custos e aprimoram a governança. Mais do que uma mudança operacional, ela representa uma transformação organizacional que exige planejamento detalhado, investimento em tecnologia e gestão de mudanças eficaz.
O primeiro passo nesse processo é o planejamento estratégico, que começa com uma análise detalhada da estrutura organizacional, dos processos existentes e dos objetivos que motivam a criação do CSC. É essencial estabelecer metas claras, como redução de custos, melhoria na eficiência, conformidade ou agilidade operacional. Além disso, é necessário determinar os processos que serão centralizados, as tecnologias que serão adotadas e o modelo de governança que garantirá a transparência e o controle.
A tecnologia desempenha um papel central no sucesso de um CSC. Ferramentas como ERPs integrados, RPA (Robotic Process Automation) e inteligência artificial generativa oferecem ganhos significativos de eficiência e controle. Soluções específicas para gestão documental, folha de pagamento e análise de dados também impulsionam o desempenho do CSC. Contudo, a implementação tecnológica deve estar alinhada a uma gestão eficaz de mudanças e a uma preparação cultural que envolva todos os níveis da organização, assegurando uma transição harmoniosa.
A construção de um CSC é um processo que demanda tempo e dedicação. Em média, são necessários de 12 a 18 meses para implementar o centro, desde o mapeamento de processos até o início das operações. Durante este período, as empresas devem priorizar áreas estratégicas como Recursos Humanos, com processos de folha de pagamento e recrutamento, e o setor Financeiro, que inclui contas a pagar e a receber. A capacitação técnica e o treinamento em gestão de mudanças são indispensáveis para preparar as equipes e garantir o alinhamento das operações.
Entre os desafios mais comuns enfrentados pelas empresas estão a resistência à mudança, a integração de sistemas e a gestão de expectativas. Superar esses obstáculos exige uma comunicação eficaz, liderança engajada e o estabelecimento de indicadores claros de desempenho que demonstrem os benefícios do CSC desde os primeiros resultados. Com o tempo, os ganhos se tornam evidentes. Empresas que implementam CSCs experimentam reduções contínuas de custos, maior agilidade nos processos, melhoria na qualidade dos serviços e uma governança mais robusta. A centralização permite uma visão unificada dos custos e proporciona dados precisos para decisões estratégicas mais rápidas.
Criar um Centro de Serviços Compartilhados é um investimento estratégico que demanda apoio das lideranças e alinhamento com os objetivos do negócio. Quando bem planejado e executado, o CSC se torna uma peça-chave na transformação organizacional, fortalecendo a competitividade e a sustentabilidade da empresa a longo prazo.
Breno Rabelo é executivo com mais de 15 anos de experiência atuando em CSC (Centro de Serviços Compartilhados) / BPO (Business Process Outsourcing),liderando equipes e projetos com foco em governança, indicadores, melhoria contínua e RPA, planejamento financeiro e gestão orçamentária, escritório de projetos, relacionamento e experiência do cliente, em empresas dos segmentos de saúde, energia, telecomunicações e tecnologia. Possui MBA em Gestão Estratégica de Pessoas e Especialização em Estatística Empresarial, complementando a formação em Administração. Hoje como Executivo Sênior na Accenture atuando em projetos de BPO para a indústria de Telecom, Breno também ocupa a cadeira de Conselheiro Administrativo da Associação Brasileira de Serviços Compartilhados.
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