Contexto mundial pressiona os preços do Seguro
O governo ucraniano já estimou custo total (provisório) dos danos da agressão russa em mais de 560 bilhões de dólares e irá batalhar por uma compensação financeira depois da guerra (Crédito: Reprodução)
Segundo um relatório da Munich RE, o ano de 2022 foi um dos piores anos da série histórica em relação a efeitos de catástrofes naturais. Esse é um dos fatores que pressiona a cotação dos diversos seguros, que vem operando em patamares elevados. “Esse contexto contribui muito para as perdas das resseguradoras. Para muitos ramos, principalmente riscos maiores e mais complexos, a formação do preço se dá no resseguro”, explicou o CEO da MDS, Ariel Couto, durante o programa Bate Bola com Gustavo Doria Filho.
Além disso, o mercado também está precificando os efeitos da pandemia de covid, a guerra na Europa e enfrentando uma restrição de capital. “O mundo passa por um período de inflação muito alta, o que eleva taxas de juros e faz com que investidores ao invés de colocarem o capital em ativos de maior risco como seguradoras e resseguradoras levem para títulos de governo, investimentos menos arriscados”, comentou. Quando se fala em grandes riscos, a combinação destes fatores traz o que se chama de endurecimento do mercado, onde existe menos capacidade e uma capacidade mais cara em carteiras específicas.
Segundo o CEO, automóvel, saúde, agro, D&O, linhas financeiras em geral com destaque pro cyber, são carteiras que por si só tiveram, no último ano, resultados bem ruins. “O agro passou por uma seca sem precedentes que o mercado indenizou mais de 10 bilhões de reais no Brasil fazendo com que as seguradoras também retraíram seu apetite neste segmento”, disse. Couto disse que a própria MDS encontrou dificuldade de encontrar capacidade para as demandas dos seus clientes neste ramo.
Os produtos de auto e saúde tiveram um primeiro ano de pandemia com baixa sinistralidade, o que permitiu que as companhias baixassem seus prêmios. No entanto, o avanço da vacinação e a retomada das atividades fez com que a demanda represada acabasse pesando no cálculo. Já no seguro cyber, o aumento dos ataques também prejudica as cotações. “A pandemia trouxe a questão do home office e as redes domésticas são mais vulneráveis. Combinado a isso temos a questão da LGPD que também traz impactos ao mercado”, concluiu.
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