Ecossistema de mentores identifica as principais dificuldades das PMEs brasileiras
Somente em 2021 foram abertas mais de 4 milhões de empresas no país, mas falta de conhecimento técnico impacta os negócios negativamente
O Brasil é um país empreendedor. Somente em 2021, mais de 4 milhões de empresas foram abertas, segundo dados divulgados pelo Ministério da Economia recentemente. Um aumento de quase 20% em comparação com o ano anterior. A BBX e seus mentores, que tem como objetivo destravar e impulsionar o crescimento de negócios no país, mentoraram a 120 empresas nos últimos dois anos. A startup identificou, entre esse grupo de mentoradas, quatro principais “dores” dos empreendedores brasileiros, em especial de pequenas e médias empresas (PMEs): 92% dos mentorados não sabiam como elaborar ou não conseguem cumprir o planejamento financeiro; cerca de 80% não possuíam business plan; 60%, aproximadamente, não tinham conhecimentos sobre governança; 50% apresentavam divergências em comunicação institucional.
“O primeiro contato das empresas conosco costuma se dar em razão de uma questão financeira. Muitos empreendedores têm a visão errônea de que o planejamento financeiro é sinônimo, simplesmente, da Demonstração do Resultado do Exercício [DRE] e acreditam que é assunto restrito à contabilidade, enxergam a ‘pessoa do financeiro’ não como um diretor, mas como alguém cuja responsabilidade é pagar contas”, afirma James Cichy, founder e CEO da companhia.
Ocorre que ao mesmo tempo em que não falta vontade ao empreendedorismo brasileiro, o que se observa na prática é uma falta de conhecimento técnico que promove impactos negativos nas companhias. E essa percepção errônea da área financeira está fortemente ligada ao plano de negócios, também chamado de business plan. Ao abrir um negócio, a preocupação maior do brasileiro recai sobre a concepção do empreendimento, não com a estratégia de sobrevivência. Também é comum confundir o business plan com a definição de missão, visão e valores da organização.
“O que é preciso ter em mãos são linhas de previsibilidade do negócio, de entendimento quanto ao momento de expansão da empresa, da necessidade de aumentar o time, dos custos atrelados a esse crescimento. O contrário também precisa estar contemplado: o que vai definir uma eventual redução? Se for necessário diminuir a equipe, quais cargos são os cruciais? Quais serão os impactos de desligamentos?”, acrescenta o CEO da BBX.
Outro ponto identificado pelos mentores da BBX é o desconhecimento quanto a processos de governança e compliance, voltados ao bom cumprimento de normas legais e regulamentos internos. Não raro, pequenas companhias descumprem boas práticas básicas, como ao oferecer comissões “por fora”. Ainda, segundo Cichy, a comunicação institucional também demonstra um certo despreparo por parte dos empreendedores, que, ao fechar negócios, costumam “vender” uma ideia de empresa que não corresponde à realidade, reflexo de uma estratégia pouco desenvolvida.
“O brasileiro é empreendedor por natureza, mas precisa de orientação, aconselhamento. A mentoria empresarial pode ser uma boa saída, pois ela agrega diferentes visões e experiências. Importante ressaltar que o ideal é sempre trabalhar com dois ou mais mentores especialistas, ampliando a rede de apoio e troca. Crucial também destacar que não se deve deixar para procurar auxílio apenas quando um problema aparecer, pois pode ser tarde demais”, finaliza Cichy.
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