Mais conhecido, crowdfunding imobiliário se diversifica
Eduarda Fabris (*)
Num cenário que permanece incerto, onde a pressão inflacionária leva ao aumento da taxa de juros e, por outro lado, o baixo crescimento impõe moderação extrema a esse tipo de ação, a construção civil permanece como opção mais previsível para o investidor. As vendas do setor mantêm crescimento a partir de uma Selic que, em 4,25% após três altas consecutivas, permanece, em níveis históricos, bastante baixa, favorecendo a tomada de crédito. A isso, somam-se anos ininterruptos de queda nas vendas do setor – com consequente represamento de demanda – para que as vendas de imóveis permanecem aquecidas.
Se a bolsa como um todo têm seu desempenho influenciado por toda a sorte de variáveis – o que afeta também as ações ligadas ao setor – e os fundos imobiliários mantém-se penalizados pela vacância de parte significativa de seus imóveis a partir da explosão do home office, o crowdfunding imobiliário figura como uma das alternativas mais atraentes ligadas à construção civil.
Opção de risco que deve ser acessada apenas por investidores com perfil arrojado, o crowdfunding imobiliário, surgido no país em 2015, ganhou escala e popularidade nos últimos anos. O crescimento da base dos que investem na modalidade como opção para diversificação resulta, em boa medida, da rentabilidade proporcionada, na casa de 15% ao ano em algumas plataformas do segmento.
Deve-se observar sempre que o investimento coletivo na construção civil implica em riscos. Pior do que uma rentabilidade inferior à esperada – o que pode resultar, dentre outros, de oscilações no mercado –, o investidor tem como principal exposição a possibilidade de perder seus aportes caso a empresa a que foram destinados torne-se insolvente.
São riscos que sempre existem, mas que podem ser mitigados. Uma das maneiras de fazê-lo é observar os critérios adotados pelas plataformas do segmento para a seleção dos projetos abertos à captação. Conforme o modelo seguido, algumas podem priorizar empreendimentos de empresas mais sólidas e, portanto, menos sujeitas a tornarem-se inadimplentes. Já quanto à possibilidade de que as projeções de rentabilidade não venham a se cumprir, o principal fator a ser observado é o que gabarita a plataforma a apresentar estimativas críveis.
Além de ter conquistado certo nível de popularidade entre investidores mais afeitos ao risco, o crowdfunding imobiliário se diversificou nos últimos anos. As fintechs do segmento diferem entre si até no tipo de produto de investimento que ofertam. Por conta de, no modelo brasileiro, os aportes destinarem-se ao custeio de pequenas parcelas dos projetos, as margens proporcionadas têm sido bastante atraentes.
(*) Eduarda Fabris é sócia e COO da Urbe.me
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