Contratos futuros: quais as vantagens e os riscos do investimento?
O contrato futuro nada mais é do que um acordo de compra e venda em uma data do futuro por um valor pré-definido. Se negocia nesse mercado o valor da mercadoria atual levada a uma data no futuro. Os produtos mais negociados da B3 são contratos do Índice Bovespa e Dólar. Quando se opera os contratos futuros, alguns investidores perdem um pouco a noção do dinheiro e do tamanho da exposição financeira. Fala-se muito em pontos e número de contrato, mas o quanto isso representa de risco?
"Não sei se você já foi ao cassino, mas a primeira coisa que acontece ao entrar, é que seu dinheiro é transformado em ficha justamente para que se perca a noção do dinheiro e do quanto está gastando. Não dá para fazer dos investimentos um jogo. Operar no mercado futuro não é um cassino e exige diversos cuidados", diz João Beck, especialista em investimentos e sócio da BRA, escritório credenciado da XP Investimentos.
No mercado futuro, os contratos passam por ajustes diários de preços. Todos os dias, o investidor sabe o lucro ou prejuízo da operação, diferente de quando se compra uma ação. Nesse caso, mesmo que ela caia de preço, o prejuízo apenas ocorre se fizer a venda ocorrendo uma desvalorização do patrimônio.
Já nos contratos futuros isso não ocorre. "O IBOV é uma carteira composta por ações mais negociadas como Petrobras, Vale e outros ativos. O IBOV não se negocia. O que você consegue negociar são os contratos futuros. O investidor tanto pode negociar o contrato cheio, o IND, como também o mini contrato, o WIN, que é uma fração desse contrato e equivale a um quinto do contrato cheio", explica Beck.
No contrato cheio, cada lote mínimo possui cinco contratos e cada um equivale a R$ 1 real multiplicado pelos pontos do Ibovespa. "Se o índice Ibovespa está cotado a 113 mil pontos hoje, para transformar isso em real, é muito simples. Basta multiplicar por R$1. Então, a carteira do Ibovespa equivale a 133.000pts x 1,00 que representa 113.000 mil reais. Eu consigo facilmente comprar uma carteira do índice Bovespa, basta eu saber o percentual de cada ação no índice e multiplicar por 1,00", explica.
Como os contratos cheios são lotes mínimos de 5, a exposição financeira é bem elevada. "Com a cotação em 113.000 pontos, isso representaria um volume financeiro de R$ 565.000 reais. Se o cliente operar lote de 5, como esse volume é alto, a bolsa criou os minicontratos, tornando essa operação mais acessível para o investidor PF", diz o especialista.
No caso dos mini contratos, como fazer essa conta? Nesse caso, cada lote mínimo possui um contrato. Cada um desses contratos equivale a R$ 0,20: "Então considerando que o índice futuro está cotado a 113 mil pontos, como o mini contrato é uma fração disso, ele equivaleria a 22.600 pontos".
"Então, se você se expor a um contrato do mini índice, o WIN, está se expondo no financeiro a R$ 22.600. Se o índice for 1% para baixo ou 1% para cima, vai ganhar ou perder R$ 226,00", comenta.
João explica que quando a Ibovespa estava, por exemplo, a 90 mil pontos o mini contrato de índice também era muito mais baixo. "Quanto mais cara a cotação do índice, maior vai ser a flutuação de 1%. Hoje, 1% do índice a 113 mil pontos são 1.133 pontos. Mas 1% de 90 mil seria 900 pontos. Quanto mais caro o índice fica, maior pode ser a volatilidade nessa mercadoria".
Um dos riscos de operar em contratos futuros está em dar um passo maior do que deveria em relação à alavancagem, por exemplo. Se o contrato que comprar perder valor, isso significa também perda do investimento.
"O investidor precisa ir com calma e não deixar a emoção falar mais alto. Caso sofra perdas, terá que arcar com o valor perdido. Por isso, é importante alavancar de forma controlada e evitar esse tipo de ação caso não seja um investidor com experiência em contratos futuros", complementa.
Sobre: João Beck é especialista em investimentos e um dos sócios da BRA, um dos maiores escritórios credenciados da XP, com mais de 15 mil clientes e cerca de R$ 2,5 bilhões de ativos sob custódia com escritórios no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e São Paulo. Graduado em economia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ, começou a carreira com vivência em bancos como Itaú, Bradesco e HSBC, instituição da qual saiu para começar uma carreira mais focada em investimentos. Em 2008, perdeu R$ 1 milhão que havia investido, e, quando trabalhou na Icap, maior corretora do mundo, chegou a morar na favela da Gardênia Azul, no Rio de Janeiro. Passou por corretoras como Ágora, Gradual Investimentos, TOV até chegar na XP Investimentos, onde atuou antes de se tornar sócio do escritório de investimentos BRA. Hoje, ultrapassou o valor perdido em 2008, se tornou empreendedor e é referência no mercado de investimentos.
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