Na própria autarquia, há a convicção de que haverá, nesse segmento, maior liberdade contratual para as partes, permitindo que sejam desenvolvidos produtos customizados para grandes empresas e clientes, sem as amarras tipicamente geradas por planos padronizados e excesso de regulamentação.

Segundo o diretor Técnico da Susep, Igor Lourenço, outro importante avanço é fortalecer as negociações entre seguradoras e resseguradores, evitando descasamento de coberturas. “Nos seguros de grandes riscos, o porte econômico e a capacidade técnica das partes demandam menos intervenção regulatória. A melhor solução é a negociação direta”, comenta Lourenço.

Ele acrescenta que a Susep espera, com isso, um “significativo crescimento” desse mercado no Brasil nos próximos anos, até porque o segmento de granes riscos ainda é muito pequeno, se comparado ao que é registrado nas economias desenvolvidas ou mesmo países emergentes.

A autarquia também prevê um rápido desenvolvimento e crescimento do setor do Brasil a reboque das mudanças implementadas pela Circular 621/21. Para a Susep, o acesso ao seguro vai aumentar e aproximar o mercado local da realidade vista em boa parte do mundo.

Em nota divulgada em seu site, a Susep lembra, inclusive, que dados da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico), indicam significativo espaço para crescimento do mercado brasileiro. “No final de 2020, os seguros de danos somaram em prêmios R$ 78,9 bilhões, representando 1,1% do PIB. Dentro do volume total de receitas do setor – R$ 274,1 bilhões em 2020 – os seguros de danos representaram apenas 28,8% do mercado. Nos EUA, este número gira em torno de 50%”, compara o texto.