Recentemente, me perguntaram por que usamos empreendedores em nossas campanhas. Não demorei para responder, mas essa pergunta ficou na minha mente por um tempo. Após refletir, conclui que um dos aprendizados mais fáceis que já tivemos, e de longe o mais impactante em nossa comunicação, foi o entendimento do nicho com o qual atuamos.

A preocupação com a nossa comunicação começou em 2018, às vésperas do lançamento da nossa primeira loja conceito. Fizemos uma reunião sobre como deveríamos comunicar esse acontecimento para marca. Desta reunião surgiram muitas ideias, todas muito coerentes com nossa visão, mas nada tão impactante, ou que falasse 100% no que acreditamos. O curioso é que depois de todo esse brainstorming, a ideia escolhida veio de uma ligação. Meu sócio, Rony Meisler, me ligou e me fez uma simples pergunta: "Por que não utilizamos empreendedores em nossas campanhas?". A pergunta fez todo o sentido para nós. Afinal, eles são nossos modelos da vida real.

A nossa primeira campanha contou com 11 empreendedores. Ao mapearmos a recepção da ação, percebemos a importância da comunicação nichada. Atualmente, é dever das marcas entenderem quem são as personas que as representam e que se comunicam com o público-alvo. Com essa visão estratégica, a empresa entende que além de modelos de roupas, ela precisa de figuras inspiracionais diárias, tanto profissionalmente, quanto no âmbito pessoal. Trata-se de uma interpretação dúbia do que significa a palavra "modelo"; profissão que se torna cada vez mais complexa e influenciadora.

Hoje, com a ascensão do marketing de influência nas redes sociais, cada vez mais os consumidores exigem uma marca humanizada e com identidade própria. A marca precisa ter personalidade. Sendo assim, ao escolhermos empreendedores como nossos representantes, agregamos o empreendedorismo ao nosso DNA e mostramos aos nossos consumidores que eles podem aprender com tais exemplos.

O problema acontece quando as marcas não se conhecessem tão profundamente, e almejam "a verdade" do concorrente. Quem nunca ouviu a frase: quero fazer uma campanha igual a marca X ou Y. Por isso, acredito que é preciso as empresas encontrem sua própria personalidade; pode não parecer mas seu cliente sente quando uma marca é autêntica e quando não é. Verdade vende.