Empresas de tecnologia investem em políticas de home office para atrair e reter talentos
A prática tem como objetivo tornar a jornada de trabalho mais flexível e estimular a autonomia dos colaboradores
Muitas empresas já entenderam que é necessário investir em gestão de pessoas e em práticas que permitam equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal. Mais do que horários flexíveis, happy hours, ambientes pet friendly e espaços de descompressão, algumas organizações oferecem o home office como benefício, a fim de facilitar a rotina dos colaboradores.
O relatório Future Workforce Report 2018 lançado pela UpWork mostra que o trabalho remoto cresceu nas empresas nos últimos três anos — 63% dos departamentos possuem pelo menos uma pessoa no time que desempenha suas atividades remotamente. No entanto, das mais de mil organizações analisadas pelo estudo, 57% não têm políticas internas estabelecidas para essa modalidade de trabalho. Um dos maiores desafios é fazer a gestão de presença dos colaboradores remotos e manter a transparência das relações profissionais enquanto isso.
Bruno Soares, CEO e cofounder da Feedz — startup de Florianópolis (SC) que desenvolve uma plataforma completa para gestão ágil e estratégica de pessoas — explica que o home office pode ser uma forma da empresa se manter atrativa, valorizando a autonomia dos profissionais, principalmente quando falamos do setor de tecnologia. “O ponto principal para o sucesso do home office é a comunicação. Se você tem um plataforma eficiente de comunicação, os times, mesmo remotos, conseguem trabalhar e trocar informações durante o expediente”.
Crie pertencimento, mesmo a distância
Em alguns momentos se sentir fazendo parte de um grupo pode ser mais desafiador quando o colaborador trabalha apenas em home office, ou em algum outro modelo afastado da empresa. Para potencializar o sentimento de pertencimento as empresas podem fazer uso de ferramentas gamificadas que unem equipes virtualmente. Um exemplo desses aplicativos é o da GoGood. A ferramenta estimula os colaboradores a adquirirem uma melhor qualidade de vida, propondo uma competição saudável que resultará na realização de uma ação social. Pelo aplicativo é possível formar times com colaboradores remotos, que podem participar da ação independente da sua localização. Os times conquistam pontos conforme adquirirem uma boa alimentação, praticarem exercícios e conquistarem uma boa qualidade de sono.
Prepare o profissional para o home office
Na Supero, empresa catarinense de tecnologia, o home office é liberado conforme a construção e perfil de cada profissional. Os gestores têm a liberdade de permitir home office para o seu time de acordo com a demanda, porém é necessário ter um tempo de casa, assim o profissional já terá compreendido o os processos, ferramentas e plataformas, além do estilo de projeto e estar integrado com a equipe. Atualmente, cerca de 20% dos 130 profissionais da Supero atuam em home office em alguns dias da semana. “O home office atende a necessidades de diferentes gerações, proporciona conforto aos profissionais, qualidade de vida e também maior produtividade em muitos casos, já que não perderá tempo em fila ou desgaste no trânsito”, explica a coordenadora de Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) da Supero, Bárbara Vieira. Mas Bárbara reforça que nem todos os profissionais se adaptam bem ao modelo, já que é necessário ter uma boa organização, ambiente e horários adequados, além de acesso a internet.
Melhore a mobilidade para tornar a rotina mais produtiva
A prática de home office também é realidade na Dígitro Tecnologia, empresa com sede em Florianópolis e que está há mais de 40 anos no mercado desenvolvendo soluções para comunicação e inteligência de empresas públicas e privadas. Dos cerca de 500 colaboradores, atualmente 10 trabalham remotamente. Entre eles está Diana Margarita Lamelas dos Santos, que atua no departamento de comunicação corporativa como tradutora de manuais e interfaces dos produtos para a língua espanhola. Está na companhia desde 2008, sendo que nos últimos 4 anos e 6 meses trabalha em home office. "No início de 2015, meu marido, que é militar do exército, foi transferido para Belém do Pará. A empresa se mostrou flexível ao oferecer a oportunidade de trabalhar de forma remota. Estou muito satisfeita, pois já não preciso perder tempo me deslocando em transporte público e, assim, ganho mais tempo para estar com a família", explica. Para Diana, um dos fatores positivos alcançados com a prática de home office é o aumento da produtividade. "O ambiente menos movimentado favorece meu trabalho, pois a tradução é uma atividade muito introspectiva que requer muita concentração. Mesmo estando longe, não me sinto isolada, pois posso interagir com a equipe em qualquer momento, por meio do UNA, e-mail ou telefone IP", enfatiza a tradutora.
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