Crowdfunding imobiliário brasileiro liquida primeira rodada de captação
Pioneira no segmento no país, Urbe.me promoveu captação para o empreendimento Libres, que pagou remuneração de 18,7% ao ano sobre investimento a 140 cotistas. Operação levantou R$ 750 mil em recursos para empreendimento em Porto Alegre (RS).
A plataforma de crowfunding Urbe.me, primeira do país a possibilitar investimento direto em empreendimentos imobiliários, realizará, entre os dias 23 e 31 de julho, a remuneração a 140 cotistas que aportaram recursos no condomínio residencial Libres, projeto conceito da incorporadora Rotta Ely, que está em fase final de construção, em uma área central de Porto Alegre (RS). A operação garantiu 2,4% do Valor Geral de Vendas (VGV) do empreendimento, o que representou, para a incorporadora, cerca de 3% dos custos da obra. É o primeiro ciclo de vencimento completo que é realizado no país.
As cotas ofertadas, tanto no caso do Libres quanto nos demais empreendimentos disponibilizados na plataforma, partiram de R$ 1 mil, valor acessível a investidores pessoa física. “A remuneração varia de acordo com o ritmo de venda de cada projeto. No caso do Libres, os aportes tiveram uma rentabilidade de quase 50% de ROI (retorno sobre investimento), ou uma TIR de 18,7% ao ano, algo bem significativo se considerarmos a atual taxa de juros”, afirma Lucas Obino, sócio-fundador da Urbe.me.
O empreendimento teve suas cotas disponibilizadas na plataforma entre junho e agosto de 2016. O Residencial Libres, de 80 unidades, já está com 65 apartamentos vendidos. O crowfunding imobiliário arquitetado pela Urbe.me captou cerca de R$ 750 mil com a venda de cotas junto a investidores.
A próxima remuneração a cotistas de empreendimentos disponibilizados na Urbe.me está programada para setembro. O projeto é o Residencial Acapulco, da Incorporadora Domus Popoli, em Rio Claro (SP), que conta com 192 unidades. “Os projetos na Urbe.me têm de 24 a 36 meses de duração. A partir do instante em que o prazo é apresentado, ele não pode ser alterado, o que define quando o investidor será remunerado”, diz.
Antes de ingressarem na Urbe.me, os empreendimentos são analisados com base no histórico da incorporadora, saúde financeira e projeto – avaliando inclusive a precificação sugerida pelo incorporador para o produto “Menos de 4% das empresas que nos procuram ingressam na plataforma”, diz. Hoje, há cerca de dez incorporadoras que são parceiras recorrentes. Segundo Obino, os aportes geralmente partem de investidores com perfis moderado ou arrojado.
“O maior risco para o investidor é a inadimplência de uma incorporadora. Mesmo com o rigor de nossa seleção, elas estão expostas a risco de crédito. É um risco semelhante ao de se comprar um imóvel na planta”, afirma Obino. Como a remuneração ao cotista baseia-se no VGV, caso as vendas não ocorrem no ritmo esperado, o investimento tem rentabilidade mínima projetada de 120% a 150% do CDI, dependendo do projeto. Já quando as unidades se esgotam e são vendidas acima do preço esperado, o retorno pode chegar a 20% ao ano.
A Urbe.me surgiu em 2013, antes que o modelo do financiamento coletivo no setor imobiliário fosse conhecido. Arquiteto, Obino e seus futuros sócios queriam criar uma incorporadora, mas não obtinham crédito. “Por outro lado, pessoas próximas mostravam interesse em investir em nossos projetos”, lembra. “Na época, começavam a surgir plataformas de compras coletivas e empresas de crowdfunding para investimento em startups. A partir daí, decidimos levar esse modelo para a construção civil”, lembra.
A primeira captação da plataforma, que inaugurou o modelo no país, ocorreu em 2015. Desde então, a Urbe.me já levantou R$ 46 milhões em recursos. Em 2018, a plataforma movimentou 46,5% de todo o mercado brasileiro de equity crowdfunding. Até hoje, realizou 35 rodadas decapitação – 20 utilizando-se de instruções da CVM e 15 do Bacen. Reúne 4.780 investidores ativos e conta 37 mil usuários cadastrados. Em 2019, a Urbe.me deve mais de R$ 70 milhões acumulados em captações.
“A remuneração aos cotistas do Libres conclui, pela primeira vez no Brasil, o ciclo de um modelo de investimento direto que, nos Estados Unidos, deve ultrapassar US$ 300 bilhões até 2025. É uma nova fonte de recursos para as incorporadoras, num momento em que o crédito à construção civil, que é um dos, senão, o maior gerador de empregos do país, está escasso. Já como produto de investimento, favorece aportes a partir de baixos valores e um retorno atraente num momento em que o poder aquisitivo da população está reduzido”, conclui.
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