Mudar de país: melhor planejar antes de sair
Após uma fase nacional de bonança, na qual era comum a vinda de estrangeiros para trabalhar no país, agora, principalmente por causa da crise e dos altos índices de desemprego, o que está ocorrendo é o inverso: o aumento de brasileiros querendo mudar de país. Mudanças e desafios, especialmente na carreira, são sempre bem-vindos, porém, é preciso se planejar bastante e se preparar muito para isso.
E o que uma pessoa deve levar em conta, profissionalmente falando, ao pensar em mudar de país? “Primeiramente, que a área de atuação esteja devidamente regulamentada no país de destino, evitando que a profissão escolhida exija alguma certificação ou chancela distinta da aplicada no Brasil. Carreiras como Direito, Medicina e Engenharia geralmente exigem certificações específicas no país para permitir que o profissional exerça alguma atividade”, explica o coach Edson Moraes, formado pelo Instituto EcoSocial e certificado pelo ICF – International Coach Federation.
Para aqueles que irão atuar na área na qual são formados é importante que tenham uma visão de mercado, tanto local quanto global, para facilitar a empregabilidade. Moraes cita os profissionais de Tecnologia da Informação como exemplos. Eles são frequentemente contratados em vários países, uma vez que possuem os requisitos para desempenhar a função em qualquer lugar.
“De qualquer maneira, é interessante que a pessoa já saia do Brasil com alguma oportunidade previamente negociada ou que tenha uma reserva financeira para se manter no país por alguns meses até que possa arrumar um emprego”, aconselha o coach. Assim como para prospecção ou transição de carreira no Brasil, para aqueles que querem mudar de país, planejar-se é fundamental para o sucesso da empreitada.
Espírito de aventura
Para Moraes não há problemas em relação ao estado civil da pessoa que pensa em emigrar, nem ao fato de ter filhos ou não. Porém, ele frisa que a experiência de buscar uma carreira internacional fica facilitada caso o profissional esteja sozinho, pois poderá correr mais riscos, experimentar trabalhos alternativos ou aguardar oportunidades melhores.
Há também uma impressão que profissionais mais jovens são mais requisitados. Moraes rebate: “Os mais jovens normalmente aceitam atividades alternativas com mais facilidade, mas vejo oportunidades para os mais velhos também. Assim como para uma recolocação no próprio país, mapear o mercado, buscar oportunidades e candidatar-se ainda estando no Brasil são formas de avaliar e identificar as melhores oportunidades”.
Além da fluência da língua, muitos países preferem especialistas em determinadas áreas, mas e se a pessoa não se encaixar, vale a pena ir mesmo assim? “Somente se o profissional tiver um espírito de aventura, pois há sempre o risco de não se dar bem naquela vaga. E o custo de sair do Brasil, estabelecer-se no local, afastar-se da família e amigos pode ser muito maior que a remuneração de um trabalho que não satisfaça a pessoa”, alerta o coach.
E já há casos de brasileiros que se mudaram para Portugal, um destino em alta nos últimos anos, cheios de esperanças e com um curso superior na bagagem, voltando para o Brasil. A maioria conta que não conseguiu emprego e sequer se alimentava direito. O retorno tornou-se a alternativa mais fácil.
“Buscar uma oportunidade no exterior exige certa dose de desapego, principalmente em relação às questões emocionais, pois o afastamento da família e dos amigos pode ser um fator que desestabilize a pessoa. Competências como resiliência, criatividade, inteligência emocional e flexibilidade cognitiva, assim como o planejamento da carreira e das finanças são essenciais para o sucesso dessa empreitada”, enfatiza Moraes.
Fonte: Edson Moraes é sócio do Espaço Meio - https://espacomeio.com.br , Executive Coach desde 2014 e Consultor (Gestão & Governança) desde 2003. Foi Executivo do Bank of America entre 1982 e 2003. Seguiu carreira na Área de Tecnologia da Informação, foi Head do Escritório de Projetos e CIO por 4 anos. É Master em Project Management pela George Washington University. Participou de programas de educação executiva na área de TI ( Stanford University, Business School São Paulo e Fundação Getúlio Vargas). Formado em Comunicação Social – Jornalismo pela PUC/SP. É Conselheiro de Administração formado pelo IBGC, Coach pelo Instituto EcoSocial e certificado pelo ICF. Articulista e palestrante nas áreas de Governança, Tecnologia da Informação e Gestão de Projetos.
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