O mercado financeiro acredita que a taxa básica de juros, a Selic, poderá ser reduzida novamente na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), marcada para maio. Esta indicação foi dada pela ata do comitê divulgada nesta terça-feira (27), no site do BC. Na reunião da semana passada, a Selic passou pelo 12º corte seguido, recuando 0,25 ponto, para 6,5% ao ano. “A evolução do cenário básico tornou adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta reunião. Para a próxima reunião (em maio), o comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional (redução da Selic de 0,25 ponto percentual)”, diz a ata.

O juro reduzido traz impactos importantes para o setor segurador, incluindo uma revisão no portfólio das aplicações financeiras, com troca de títulos públicos por papéis privados, por exemplo, ou incentivo ao avanço de novas modalidades de PGBL e VGBL para investidor qualificado (com possibilidade de 100% dos recursos aplicados em renda variável), em busca de ganhos maiores em um período de ciclo de baixa da Selic.

Segundo a ata do BC, uma nova redução da Selic, em maio, reduz o risco de a inflação demorar a chegar ao centro da meta. O Copom lembra que as expectativas de mercado para a inflação em 2018 estão em torno de 3,6%. Para 2019 e 2020, as projeções estão em cerca de 4,2% e de 4%, respectivamente.

A meta de inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA,) é de 4,5% neste ano, 4,25% em 2019 e 4% em 2020. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Entretanto, o comitê ressalta que essa visão de nova redução na Selic na próxima reunião pode mudar e o ciclo de cortes ser interrompido em maio, caso não seja mais necessário reduzir o risco de que a inflação demore a chegar à meta. Caso o cenário atual se mantenha, o Copom sinalizou para junho a interrupção do ciclo de cortes na Selic, “visando avaliar os próximos passos”.