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Cuidar do mental é tão importante quanto sobreviver ao câncer

  • Quarta, 08 Janeiro 2025 18:57
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A campanha Janeiro Branco visa à conscientização da saúde mental. Foi criada pelo psicólogo Leonardo Abrahão em 2014. O mês foi escolhido em função de ser associado a novos começos e reflexões sobre mudanças e metas para o novo ano. A ideia é estimular as pessoas a refletirem sobre suas emoções, comportamentos e bem-estar mental

E como isso afeta os pacientes oncológicos e seus familiares? O câncer é uma doença que desafia o ser humano ao limite. A partir da confirmação do diagnóstico e início do tratamento, um carrossel de emoções pode afetar o paciente oncológico. Lidar com o câncer e seus impactos na saúde mental, como ansiedade e depressão, por exemplo, é um desafio profundo. Mas saiba que existem formas de enfrentar essa situação de maneira mais saudável e resiliente.

É o que nos mostra a psicóloga clínica Michelle Servelhere, do COP – Centro de Oncologia do Paraná nesta entrevista.

1 – Como lidar com os impactos na saúde mental de uma paciente oncológico?

Michelle Servelhere – Lidar com os impactos na saúde mental de um paciente oncológico exige uma abordagem integrada, sensível e personalizada. Para tanto, podemos seguir algumas estratégias como:

. Estabelecer um ambiente de confiança, empatia e escuta ativa.

. Genuíno interesse e respeito pelas emoções do paciente. Acolhimento emocional, permitindo que ele compartilhe sentimentos de medo, tristeza, ansiedade ou raiva sem julgamentos.

. Desmistificar o processo.

. Ajudar o paciente a entender que é normal sentir-se emocionalmente abalado.

. Suporte psicológico com ênfase em Psico-Oncologia.

. Uso da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) e Psicoeducação.

. Trabalhar na reestruturação de pensamentos negativos e promover estratégias de enfrentamento.

. Importante contar com uma rede de apoio.

. Apoiar a participação em grupos de suporte ou de encontros com outros pacientes oncológicos.

. Incluir familiares no processo, ajudando-os a oferecer suporte adequado.

. Lidar com a ansiedade e a depressão. Por isso, é importante reconhecer os sinais como insônia, falta de apetite, choro frequente ou desmotivação.

. Se necessário, é preciso fazer uma intervenção precoce, ou seja, encaminhar para um psiquiatra para avaliação e possível uso de medicamentos.

2 – Ansiedade e depressão são os principais sintomas que podem apresentar os pacientes?

MS – Sim, ansiedade e depressão são sintomas frequentes em pacientes oncológicos, afetando tanto o bem-estar psicológico quanto a qualidade de vida. Esses sintomas podem surgir em várias etapas do tratamento e recuperação, devido a fatores como diagnóstico do câncer; tratamento médico – como quimioterapia, radioterapia e outros que podem causar efeitos colaterais físicos e psicológicos, como fadiga extrema, alterações na aparência física e sensação de perda de controle; alterações na rotina de vida, por exemplo, a necessidade de abandonar atividades cotidianas, trabalho e hobbies pode levar à sensação de isolamento e perda de identidade; mudanças físicas, como dores crônicas, perda de peso ou cabelo, e outras alterações podem impactar a autoestima e a percepção corporal, exacerbando a ansiedade ou depressão.

Além disso, há também os fatores biológicos, como o próprio câncer e alguns tratamentos que podem alterar o equilíbrio químico do cérebro, favorecendo o surgimento de sintomas depressivos.

Podemos adotar, diante desse cenário, intervenções importantes, como:

Psico-oncologia : uso de terapia psicológica, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), eficaz para ajudar pacientes a gerenciar emoções e criar estratégias para lidar com a doença.

Suporte social: o apoio de familiares, amigos e grupos de apoio pode proporcionar alívio emocional e senso de pertencimento.

Intervenções médicas : quando necessário, antidepressivos e ansiolíticos podem ser usados em conjunto com o tratamento oncológico.

Identificar e tratar ansiedade e depressão em pacientes oncológicos é essencial para melhorar sua qualidade de vida e até mesmo a adesão ao tratamento médico.

3 – Muito se fala em transtorno de ajustamento e transtorno do estresse pós-traumático. Como é isso?

MS – O transtorno de ajustamento é uma condição de saúde mental caracterizada por uma reação emocional ou comportamental excessiva e desproporcional a um evento ou mudança significativa na vida, como perda de emprego, divórcio, mudança de cidade ou diagnóstico de uma doença. Ele ocorre quando a capacidade de uma pessoa de lidar com a situação estressante é superada, resultando em sofrimento significativo e impacto na funcionalidade diária.

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição psicológica que pode surgir após uma pessoa vivenciar ou testemunhar um evento traumático, como violência, desastres naturais, acidentes graves ou experiências de guerra. Ele é caracterizado por uma resposta intensa e persistente ao trauma, mesmo muito tempo depois de o evento ter ocorrido.

4 – Como aliviar a carga emocional de um paciente com câncer?

MS – Aliviar a carga emocional de um paciente com câncer requer empatia, compreensão e estratégias. Ofereça suporte emocional, ouça ativamente, esteja presente e demonstre interesse genuíno em ouvir os medos, preocupações e sentimentos do paciente, valide emoções, reconheça os sentimentos do paciente sem julgamentos, mostrando que é normal sentir medo, tristeza ou ansiedade.

Ao concluir a entrevista, a psicóloga clínica Michelle Servelhere, faz um lembrete: “Você não está sozinho em sua jornada. Buscar suporte emocional ou físico é um sinal de força, de cuidado consigo mesmo. Se precisar de orientações específicas ou contato com profissionais, conte com o Serviço de Psicologia do COP para direcionamento”.

Estratégias para reduzir a ansiedade

Atividades físicas: quando autorizadas pelo médico, atividades leves como caminhadas, ioga ou alongamentos ajudam a liberar endorfinas e melhorar o humor.

Técnicas de respiração: exercícios respiratórios podem ser eficazes para acalmar a mente em momentos de estresse.

Limitar informações negativas: evite consumir notícias ou conteúdos que possam aumentar a ansiedade.


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