A seguir, a Dra.Carla Bortoloto fala sobre os principais problemas com os pés no verão e como evitá-los.

Micose, não!

Estação quente e úmida, o verão é propício para o surgimento de micoses. Nos pés, o problema costuma surgir devido ao excesso de transpiração e ao contato frequente com a água (mar e piscina), que favorecem a proliferação dos fungos causadores da doença. Resultado: coceira, inflamação, escamação da pele entre os dedos e deformação nas unhas. Cuidados como ficar de chinelos ao utilizar a ducha na piscina ou praia, pode ajudar a prevenir o problema. Também não fique muito tempo na piscina. O cloro e outros produtos usados na limpeza podem agravar o quadro. Higienize e seque bem os pés, esterilize e não compartilhe lixas e outros utensílios de manicure. Prefira calçados mais leves e abertos durante a estação.

Ora, bolhas!

O atrito constante dos pés com calçado (muitas vezes apertado!), com o chão ou, até com a meia fina, somado ao suor, que faz com que “dancem” dentro do sapato, acabam agredindo a epiderme (camada mais superficial da pele), que se desprende da derme (segunda camada da pele) abrindo espaço para o surgimento da bolha. Aplicar vaselina no local de atrito pode ajudar a prevenir o problema. Também pode-se utilizar um esparadrapo para proteger a região.

Xô, calosidades!

Outro problema causado pelo atrito e pressão excessivos entre pele e calçado são os calos. A agressão constante sofrida pela pele faz com que ela sofra uma hiperqueratinização para se proteger. Como resultado, surgem as calosidades, formações arredondadas, endurecidas e, muitas vezes, dolorosas.

Um dos vilões para o surgimento dos calos durante o verão são as sandálias de salto alto. Isso porque além de, em alguns modelos, as tiras acabarem apertando os dedos, a elevação faz com que todo o peso vá para a frente dos pés, pressionando ainda mais os dedos.

Para prevenir o problema procure alternar os modelos de sapato, ou seja, se usou uma sandália altíssima hoje, opte por uma sapatilha amanhã. Também procure manter a pele sempre hidratada, massageando bem os pés, sobretudo nas áreas com maior propensão ao problema. Por outro lado, evite lixar ou tentar removê-los por conta própria, pois isso pode causar uma inflamação.

Nada de pele ressecada!

Seja pela exposição ao sol, pelo cloro da água da piscina ou o sal da água do mar, a verdade é que a pele dos pés costuma se tornar mais ressecada durante o verão. Daí a importância de se investir na hidratação diária dos pés. Opte por cremes que possuam ureia em sua formulação. O ativo aumenta o manto hidrolipidico, devolvendo a proteção natural da derme.

Rachaduras nunca mais!

Quando a pele dos pés fica muito ressecada, também facilita o surgimento de rachaduras. No entanto, a falta de hidratação não é o único motivo para o surgimento do problema durante o verão. Traumas repetidos, seja por andar muito tempo descalça ou pelo uso frequente de chinelos, rasteirinhas e sandálias e estar acima do peso, também contribuem para o surgimento das fissuras. Novamente, manter a pele hidratada é a melhor forma de prevenir o problema.

Suor sob controle!

A transpiração é o mecanismo natural de nosso organismo para manter a temperatura corpórea. Entretanto, o suor em excesso (hiperidrose) e o suor com mau odor (bromidrose) costumam ser bastante inconvenientes aos seus portadores. No caso dos pés, essa transpiração pode favorecer tanto o ressecamento da pele quanto o surgimento de micoses e bolhas. Para amenizar o problema, deve-se investir na correta higienização dos pés, lavando-os com água e sabonete de pH neutro. Também deve-se secá-los bem (inclusive entre os dedos) para impedir a proliferação de bactérias. Vale, ainda, investir em um desodorante especifico para a região e evitar o uso do mesmo calçado todos os dias.

Unhas bem cuidadas!

Seja para usar aquela sandália maravilhosa ou aquele Peep Toe básico, as unhas têm lugar de destaque nas produções de verão. Por isso mesmo merecem atenção especial para que não haja complicações, como micoses e inflamações. O principal cuidado é ter seu próprio kit cutelaria (alicate, tesoura, espátula...), para evitar risco de contaminações. E, apesar de ser um hábito, a cutícula não deve ser removida, uma vez que ela é a barreira natural contra agentes infecciosos. O recomendado é apenas cortar as unhas, hidratar e empurrar a cutícula. Lembre-se também de secar muito bem os pés após o banho e a cada mergulho no mar ou piscina.

Sem inchaço!

O inchaço dos pés durante a estação está relacionado à retenção hídrica e ao sedentarismo. Beber bastante líquido e investir em uma alimentação rica em alimentos diuréticos (melancia, melão, pepino, alface) e pobre em sódio pode amenizar o problema. Praticar atividades físicas e realizar drenagens linfáticas também são indicadas para reduzir o inchaço.

Sobre a Dra.Carla Bortoloto

Médica especializada em dermatologia clínica e cirúrgica, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínico Cirúrgica (SBDCC) e da American Academy of Dermatology (AAD)