Brasileiro abandona tratamento para controlar colesterol três meses após início
Fator de risco cardiovascular atinge 40% da população adulta e provoca infarto e AVC
O controle da dislipidemia (colesterol elevado) é um grande desafio para os cardiologistas, no Brasil. Em média, os pacientes abandonam o tratamento três meses após o início. A informação é do professor e orientador do Programa de Pós-Graduação do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia/Universidade de São Paulo, Marcelo Bertolami, que vai coordenar um painel sobre novas terapias Hipolipemiantes, no 41º Congresso Virtual da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, entre os dias 10 e 12 de junho.
“Existem hoje sete tipos de estatinas no mercado, sendo a mais potente a rosuvastatina. São medicamentos que diminuem a fabricação de colesterol ruim (o LDL) pelas células e reduzem risco de aterosclerose, o entupimento as artérias que pode levar ao infarto ou AVC. O problema é que a maioria dos brasileiros diagnosticados com o problema inicia o tratamento, mas interrompe por conta própria sem atingir a meta. Ou atinge o índice recomendado pelo médico e para de tomar o remédio”, diz o cardiologista.
Um estudo da SOCESP com mais de 9.000 pacientes tratados em unidades básicas de saúde de 32 cidades do Estado de São Paulo constatou que apenas 16% das pessoas apresentavam valores de controle do colesterol dentro das metas determinadas pela Diretriz Brasileira de Dislipidemia e Prevenção da Aterosclerose. O colesterol foi o fator de risco cardiovascular menos controlado pela população.
Para Marcelo Bertolami, é preciso investir em educação médica continuada. “Em alguns casos, o cuidado com a alimentação, a prática de atividade física e a diminuição do estresse já são suficientes para que o colesterol ruim caia; mas existem outros que o uso do medicamento será para o resto da vida. Os cardiologistas precisam se reciclar com regularidade para estarem aptos a oferecer as melhores terapias aos pacientes e convencê-los da importância da continuidade no tratamento”.
Outros fatores de risco e o colesterol
No mesmo Congresso serão debatidas as Estratégias de Prevenção da Aterosclerose após o Controle Lipídico, com foco no diabetes tipo 2, na obesidade e no tabagismo. “Entenderemos os papéis de ISGLT2 (Sodium Glucose Linked Transporter) e de Aglp-1 (Glucagon Like Peptide 1-incretina) na redução da mortalidade cardiovascular; discutiremos quão determinante e central é a obesidade para o risco cardiovascular residual à nível populacional; e traremos dados de um estudo recente sobre mudança de paradigma impactante na atenção ao tratamento do tabagismo”, afirma a coordenadora do painel, docente de pós-graduação do Instituto do Coração e livre docente em medicina pela UNIFESP, Tânia Martinez.
Serviço:
41º Congresso Virtual da SOCESP
Data do evento: 10 a 12 de junho 2021
Tema: Estratégias de Prevenção da Aterosclerose após o Controle Lipídico
Palestrantes: José Francisco Kerr Saraiva, Carlos Vicente Serrano, Jaqueline Scholz |coordenação de Tânia Martinez
Data: 10/06/2021
Horário: 18h
Tema: Novas terapias Hipolipemiantes: Qual espaço para elas?
Palestrantes: Maria Cristina Izar, Hermes Xavier, Fernando Henpin Yue Cesena | coordenação de Marcelo Bertolami
Data: 12/06/2021
Horário: 11h
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>