Dia Mundial Sem Tabaco: tabagismo atinge mais de 1 bilhão de pessoas, afirma estudo publicado na The Lancet
Pesquisa publicada na última quinta-feira (27) reúne dados da prevalência do uso de cigarros em 204 países e aponta que tabagismo matou 7,7 bilhões de pessoas em 2019
O número de fumantes no mundo aumentou para 1,1 bilhão e o uso do tabaco pode estar diretamente relacionado com mais de 7 milhões de mortes. As informações fazem parte do estudo realizado pela renomada revista médica britânica The Lancet, que reuniu dados de 204 países¹. A pesquisa foi divulgada na quinta-feira passada (27).
Dentre os problemas de saúde relacionados ao tabagismo estão as doenças cardiovasculares, respiratórias e o câncer. Fumantes também têm um risco maior de desenvolver quadros graves de Covid-19 e necessitar de hospitalização, segundo análise recente publicada no periódico Thorax, com informações de mais de 2 milhões de pessoas no Reino Unido². No Brasil, estima-se que 443 pessoas morrem por dia por causa do tabagismo, ou seja, mais de 160 mil mortes anualmente³.
O diretor médico da Qsaúde, Ricardo Casalino, diz que a exposição ao tabaco é um dos principais fatores de risco para doenças respiratórias. Segundo Casalino, que é cardiologista, por alterações na dinâmica pulmonar, os tabagistas estão mais suscetíveis a infecções virais e bacterianas e complicações pulmonares como a infecção por Covid-19.
"Fumar aumenta a chance de doenças como infarto, acidente vascular cerebral (AVC), trombose e o desenvolvimento de tumores. Mais de 20 tipos de câncer podem estar relacionados ao tabagismo, além do câncer de pulmão, como bexiga e mama. Por isso, não existe nível seguro para uso do tabaco. Seguro é parar de fumar", afirma Casalino.
Acompanhamento multiprofissional facilita a jornada
O especialista explica que a nicotina, encontrada em todos os derivados do tabaco, é a droga que causa dependência. Ao ser inalada, gera alterações no sistema nervoso central e produz alterações no estado emocional similares ao uso de outras substâncias como álcool, cocaína e heroína. "A cessação do tabagismo demanda atenção de uma equipe multiprofissional para acompanhar de perto os pacientes e auxiliar nas estratégias de controle da abstinência, principalmente nestes tempos difíceis de pandemia em que alguns hábitos ficaram mais evidentes e servem de ‘escudo emocional’ para as pessoas", afirma.
Na Qsaúde, cerca de 10% dos clientes afirmam ser fumantes. Para esse grupo de pacientes é realizado um monitoramento próximo com o time de saúde da operadora e os médicos de família das clínicas Einstein para atuar com medidas de controle do vício. O objetivo é entender o contexto social e familiar e os hábitos de vida para traçar um plano de cuidado, que inclui não somente largar o vício como adotar atitudes mais saudáveis e sustentáveis no longo prazo. Ainda é oferecido suporte com equipe multidisciplinar, que conta com médicos especialistas de diferentes áreas e psicólogos.
"Nosso objetivo é cuidar de cada cliente de forma personalizada e integrada. Olhamos para o momento atual e as necessidades daquela pessoa com foco em qualidade de vida, prevenção e controle de doenças", diz Casalino.
Referências
¹The Lancet. Spatial, temporal, and demographic patterns in prevalence of smoking tobacco use and attributable disease burden in 204 countries and territories, 1990-2019: a systematic analysis from the Global Burden of Disease Study 2019. Disponível em: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(21)01169-7/fulltext Acesso em 28/05/2021
²Thorax. Current smoking and COVID-19 risk: results from a population symptom app in over 2.4 million people. Disponível em: https://thorax.bmj.com/content/early/2021/02/07/thoraxjnl-2020-216422 Acesso em 28/05/2021
³INCA. Tabagismo. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tabagismo Acesso em 28/05/2021
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