Transição capilar e o empoderamento da mulher preta: como esse processo pode ser incentivado no ambiente corporativo
Criar ambientes seguros é uma das pautas do 'Ânima Plurais', projeto lançado esta semana pela Ânima Educação, como objetivo de fortalecer a política institucional de promoção da diversidade e da inclusão
No Brasil, mais da metade da população se declara preta ou parda de acordo com dados do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. O país é totalmente plural, mas carrega em sua estrutura social padrões estéticos que não condizem com a diversidade do seu povo.
Levando esse contexto para o mundo do trabalho, milhares de profissionais pretas e pardas ainda se veem obrigadas a substituir seus cachos naturais por cabelos com química, tornando-se reféns de procedimentos de beleza para que seus fios fiquem lisos e sejam mais “aceitos”. Para que esse pensamento mude na sociedade como um todo e o movimento de mulheres empoderadas ganhe força, uma abordagem sobre o tema parece insignificante, mas na verdade é cheia de significado: a importância das corporações serem um ambiente cada vez mais seguro para que mulheres pretas e pardas possam fazer a transição capilar.
Pensando em questões como essa, a Ânima Educação, uma das principais organizações educacionais particulares de ensino superior do País, lança o projeto Ânima Plurais, por meio de um Manifesto do Comitê Institucional da Diversidade, que no próximo biênio vai desenvolver um conjunto de políticas e frentes de trabalho que têm como objetivo tornar a instituição e todo o seu Ecossistema ainda mais diverso e principalmente inclusivo, tanto do ponto de vista acadêmico, com os estudantes e professores, quanto do ponto de vista administrativo.
“O Plurais sempre existiu no DNA da companhia e é percebido e vivido pelos estudantes e colaboradores das instituições que fazem parte do Ecossistema Ânima. Em 2020, decidimos formalizá-lo como uma política organizacional com metas e objetivos definidos”, ressalta Tânia Lucia Chaves, Analista de Diversidade da Ânima Educação.
Entre os objetivos, a ideia é fortalecer o Ecossistema da instituição como ambiente de engajamento, representatividade e inclusão em que os colaboradores se identifiquem com seu espaço de trabalho. “O ambiente de trabalho é fundamental no momento de transição capilar, se o líder ou os pares não incentivarem e criticarem, as chances da pessoa desistir são enormes. Na Ânima, eu recebi acolhimento e parceria, o que me deixou muito mais segura para fazer a transição”, comenta a analista.
Esse processo de libertação vem se tornando mais que uma iniciativa estética e já é visto como um movimento de segurança e reconhecimento de raça. “A transição me empoderou, me senti muito mais segura para outras coisas, tanto na vida pessoal, quanto na profissional. E isso se refletiu no meu trabalho me tornando uma pessoa mais segura diante dos desafios do dia a dia e da sociedade como um todo”, comenta Barbara Faria, líder de comunicação das instituições educacionais UniBH e Ages.
O Plurais já conta também com diversos projetos de extensão e irá fomentar a criação de outros. Dentre os que já existem, pode-se citar o “Una-se contra a Homofobia”, criado em 2011, o Pretança”, de 2016, o “Incluir”, de 2017 e o “Mosaico”, iniciado no primeiro semestre de 2020. Esses projetos procuram discutir questões étnico-raciais, sempre com um olhar interseccional no ambiente acadêmico, contando com a participação de estudantes educadores e comunidade. É uma oportunidade para se trocar conhecimento e experiências. Para os próximos anos a Ânima tem como objetivo desenvolver diversas ações que engajem todo o seu Ecossistema. “Queremos ser agentes da transformação social, a partir de práticas que se tornem referência nacional. Por isso, até 2025 vamos impulsionar ações para promoção das diferentes formas de diversidade: gênero, raça, orientação sexual, identidade de gênero, PCD´s”, finaliza Tânia.
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