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Dietas à base de plantas ricas em carboidratos podem melhorar a sensibilidade à insulina, diz estudo

  • Quinta, 01 Outubro 2020 18:51
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Maria Paula Amoroso
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Nem todo carboidrato é um vilão e piora a saúde de diabéticos, segundo estudo publicado em julho no Journal of Diabetes & Metabolism

Ao contrário do que muita gente imagina, nem todo carboidrato é um vilão. Novos estudos são enfáticos ao dizer que dietas baseadas em vegetais ricas em carboidratos podem melhorar a sensibilidade à insulina e outros marcadores de saúde em indivíduos com diabetes tipo 1, de acordo com dois estudos de caso publicados por pesquisadores do Physicians Committee for Responsible Medicine no Journal of Diabetes & Metabolism. “Ambos os estudos de caso acompanharam indivíduos com diabetes tipo 1 que adotaram dietas baseadas em vegetais ricas em carboidratos complexos - incluindo frutas, vegetais, grãos integrais e legumes. As equipes de saúde dos pacientes monitoraram seu controle de açúcar no sangue, fatores de risco de doenças cardíacas e outras medidas de saúde antes e depois da mudança na dieta”, diz a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, professora e diretora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). Nos dois casos, houve melhora da sensibilidade à insulina.

Um estudo de caso acompanhou uma paciente do sexo feminino que foi diagnosticada com diabetes tipo 1 em 2018. Na época, seu A1c (teste de hemoglobina glicada) era de 8,7%. Ela inicialmente adotou uma dieta pobre em carboidratos (menos de 30 gramas de carboidratos por dia) e rica em gorduras, rica em carnes e laticínios. O açúcar no sangue estabilizou, mas ela precisava de mais insulina por grama de carboidrato consumido. Seu colesterol total também aumentou de 175 para 221 mg/dL. Em janeiro de 2019, ela mudou para uma dieta baseada em vegetais, eliminando laticínios, ovos e carne. A paciente conseguiu diminuir a dosagem de insulina, manter o nível de A1c em 5,4% e baixar o nível de colesterol para 158 mg/dL. "Este estudo desafia o conceito errado de que os carboidratos são o inimigo quando se trata de diabetes. A paciente neste estudo de caso experimentou o oposto: adicionar mais carboidratos saudáveis à dieta estabilizou seu controle glicêmico, reduziu suas necessidades de insulina e melhorou sua saúde geral", diz a Dra. Marcella.

O outro indivíduo, um homem de 42 anos que foi diagnosticado com diabetes tipo 1 aos 25, eliminou os produtos de origem animal de sua dieta e mudou para uma dieta baseada em vegetais. Ele aumentou seu consumo de carboidratos de 150 gramas para 400-450 gramas por dia. Depois de adotar uma dieta à base de vegetais rica em carboidratos complexos, ele perdeu peso, exigiu menos insulina e reduziu sua A1c - uma medida dos níveis de açúcar no sangue durante um período de 3 meses - de 6,2% para uma faixa entre 5,5-5,8%.

Os autores observam que um pequeno estudo anterior apoiou os resultados dos estudos de caso, descobrindo que uma dieta rica em carboidratos e fibras melhorou o controle glicêmico em 10 pessoas com diabetes tipo 1. Como uma próxima etapa, os autores sugerem que ensaios clínicos randomizados são necessários para verificar as descobertas dos estudos de caso, avaliar sua generalização e quantificar a eficácia das dietas à base de plantas no controle do diabetes tipo 1.

Estudos anteriores descobriram também que dietas com baixo teor de gordura à base de plantas podem ser benéficas para aqueles com diabetes tipo 2. A pesquisa também mostrou que aqueles que têm uma dieta baseada em vegetais têm aproximadamente metade do risco de desenvolver diabetes tipo 2, em comparação com os não vegetarianos. "Décadas de pesquisa provaram que uma dieta baseada em vegetais pode ser benéfica para aqueles com diabetes tipo 2. Agora, esses estudos de caso inovadores estão oferecendo esperança de que o mesmo pode ser verdade para aqueles com diabetes tipo 1", finaliza a Dra. Marcella.

FONTE: *DRA. MARCELLA GARCEZ: Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologia do Hospital do Servidor Público de São Paulo.


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