Ansiedade infantil em tempos de pandemia: Como lidar?
Ausência de aulas presenciais e interação social agravam o quadro, mas especialistas dão dicas de como contornar a situação.
Aulas remotas, distanciamento social, recursos de entretenimento limitados. Ficar em casa tem sido um grande desafio para crianças, pais e responsáveis desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus. A situação tem sido um grande gatilho para o desenvolvimento de transtornos psicológicos, entre eles, a ansiedade. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil apresenta o maior número de pessoas ansiosas do mundo, com mais de 18,6 milhões de indivíduos que convivem com o problema. O quadro fica um pouco mais preocupante quando passa a acometer os pequenos, uma vez que os pais precisam dividir a atenção entre o trabalho em casa, as tarefas do dia a dia, as atividades escolares e o próprio entretenimento da criança. A grande questão é: Como lidar com esse sentimento desenvolvido tão cedo?
De acordo com a psicóloga Marcia Antonia Paueli, a ansiedade é o medo diante de uma ameaça imaginária, produzido pela mente diante de algo que não aconteceu, mas começa a acreditar que vai acontecer. A criança também se acomete da ansiedade diante do novo, das emoções, dos desejos que ela não sabe nomear e passa pelo processo de aprendizagem e das descobertas normais da infância, porém, é preciso que os pais estejam atentos, pois de forma excessiva essa ansiedade pode se tornar um problema quando a paralisa diante de tarefas simples, como dormir, brincar e comer.
“O aparecimento da ansiedade na criança, muitas vezes, ocorre de forma sutil e os pais precisam atentar ao comportamento de seu filho. A criança com ansiedade desenvolve mais medos que o normal e pode também apresentar falta ou excesso de apetite, irritabilidade, desânimo, dor de cabeça e dificuldade no sono. Uma das coisas mais importantes a fazer com a criança é trocar o “não pode” por uma explicação sobre os porquês da ação e, a partir disso, auxiliá-la a desenvolver o poder da escolha consciente. Além do mais, é importante contar com a ajuda de um profissional da saúde mental, para auxiliar nas melhores opções de orientação”, explica a psicóloga.
Entre os sintomas relatados pela especialista, o que mais preocupa, por envolver outras questões de saúde como o ganho de peso e, por consequência, a obesidade e o desenvolvimento da diabetes tipo 2, é o aumento da fome pelo caráter emocional. “A ansiedade é uma emoção, que pode ser positiva quando na medida certa, porém, torna-se negativa quando nos direciona a comportamentos desfavoráveis. Um deles é a fome emocional, que busca compensar uma tristeza, um medo, uma incerteza, decepções e a criança acaba pedindo por alimentos que aumentam o índice glicêmico”, relata Marcia Antonia Paueli.
Por mais que seja difícil dizer não, é neste momento que os pais precisam ser firmes e oferecer entre as opções apenas alimentos saudáveis. Essas escolhas começam nas prateleiras do supermercado: boas compras não trarão alimentos nocivos para dentro de casa e a criança não os terá como opção.
De acordo com a nutricionista Dra. Aline Maldonado Franzini, o ideal para o prato infantil saudável é ser bem colorido, conhecido também como “prato de cinco cores”, que envolve alimentos verdes, brancos, marrons ou pretos, vermelhos e amarelos ou laranjas. Essas combinações formam o equilíbrio ideal e variedade de nutrientes da refeição. Por exemplo: arroz, feijão, uma proteína magra, salada de folhas, tomate e cenoura. Sempre dando preferência a preparos mais saudáveis, com pouca gordura e preservando os nutrientes.
A nutricionista ressalta ainda que criança não deve comer doce todos os dias, pois o consumo frequente e em excesso de açúcar faz com que ela perca interesse por alimentos saudáveis do dia a dia, como frutas e alimentos com pouca gordura. Também aumenta o risco de desenvolver diabetes, obesidade, hipertensão, colesterol e triglicérides altos, além de problemas cardíacos na fase adulta. O ideal é incentivar consumo de frutas e não usar o doce como moeda de troca.
“É comum aparecer fome entre as refeições e alguns dos alimentos que podem ser oferecidos são as frutas, o queijo branco, um iogurte natural com fruta, pães e cookies integrais, salada de frutas, lanche de pão integral com proteína magra e saladinha ou geleia sem açúcar, receitas saudáveis integrais e com baixo índice de açúcar. Todas elas são boas opções para variar o cardápio”, indica Dra. Aline.
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