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Aditivo alimentar usado na goma de mascar, em chocolates e em doces inflama o intestino, diz estudo

  • Quinta, 06 Agosto 2020 18:45
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Maria Claudia Amoroso
  • SEGS.com.br - Categoria: Saúde
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Fique de olho no rótulo! Aditivo alimentar dióxido de titânio (que pode aparecer na lista de ingredientes como E171), usado como corante, altera microbiota intestinal e deixa intestino mais suscetível a doenças

Obviamente, você nunca deve ter ouvido falar em E171. Mas, talvez, no mercado, já tenha lido uma lista de ingredientes de um produto e se deparado com essa letra e esses números ou ainda o nome “dióxido de titânio”. Aditivo alimentar, usado como corante para clarear produtos como goma de mascar, coberturas de chocolates, sobremesas, doces e bebidas, o dióxido de titânio foi recentemente proibido na França e você precisa ficar atento quando percebê-lo em um rótulo de um produto. “Esse aditivo alimentar comum altera significativamente a microbiota intestinal em camundongos, causando inflamação no cólon e alterações na expressão de proteínas no fígado, de acordo com pesquisa recente liderada pela Universidade de Massachusetts Amherst”, afirma a médica nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).

A médica explica que a microbiota intestinal, que se refere à comunidade diversa e complexa de microrganismos no intestino, desempenha um papel vital na saúde humana. “Um desequilíbrio da microbiota intestinal tem sido associado a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças inflamatórias intestinais, obesidade e doenças cardiovasculares”, afirma a médica. E é necessário ficar atento às crianças: nos Estados Unidos, por exemplo, a exposição ao E171 é duas a quatro vezes maior em crianças do que em adultos, segundo o estudo.

Menor que 100 nanômetros, essas partículas extremamente pequenas causam preocupação. "As partículas maiores não serão absorvidas facilmente, mas as menores podem entrar nos tecidos e se acumular em algum lugar", diz a médica.

O estudo utilizou camundongos, que foram separados em dois grupos: um recebeu uma dieta rica em gordura, semelhante à de muitos americanos; o outro foi alimentado com uma dieta pobre em gordura. Os ratos alimentados com uma dieta rica em gordura acabaram se tornando obesos, enquanto os ratos com dieta pobre em gordura não. Mas tanto nos ratos não obesos quanto nos obesos, a microbiota intestinal foi perturbada pelas partículas minúsculas de dióxido de titânio. "As partículas nanométricas causaram mudanças mais negativas nos dois grupos de ratos, mas os camundongos obesos foram mais suscetíveis aos efeitos adversos”, afirma. Os pesquisadores descobriram que as nanopartículas de dióxido de titânio diminuíram os níveis cecais (do intestino) de ácidos graxos de cadeia curta, essenciais para a saúde do cólon, e aumentaram as células imunes pró-inflamatórias e citocinas no cólon, indicando um estado inflamatório.

Para avaliar o impacto direto na saúde da microbiota intestinal interrompida pelas nanopartículas, os pesquisadores continuaram a investigação por meio de um transplante fecal. Eles deram antibióticos para limpar a microbiota intestinal dos ratos e depois transplantaram bactérias fecais com nanopartículas para esses camundongos tratados com antibióticos. Isso levou, novamente, a uma inflamação e os resultados confirmaram a hipótese de que a inclusão de dióxido de titânio na dieta interrompe o equilíbrio da microbiota intestinal.

O estudo também mediu os níveis de dióxido de titânio em amostras de fezes humanas, encontrando uma ampla variedade. Mas ainda são necessários mais estudos para determinar os efeitos na saúde da exposição a longo prazo. “De qualquer forma, todo aditivo alimentar deve ser evitado e devemos priorizar uma dieta com alimentos mais in natura e menos ultraprocessados, que estão envolvidos em uma série de problemas ao organismo. Procure ajuda de um médico nutrólogo para melhorar a alimentação”, finaliza a médica.

FONTE: DRA. MARCELLA GARCEZ, Médica Nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN. A médica é Membro da Câmara Técnica de Nutrologia do CRMPR, Coordenadora da Liga Acadêmica de Nutrologia do Paraná e Pesquisadora em Suplementos Alimentares no Serviço de Nutrologiado Hospital do Servidor Público de São Paulo.


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