A missão MicroCarb é a primeira missão europeia resultante de uma parceria entre CNES, UKSA (Agência Espacial do Reino Unido) e EUMETSAT (em tradução livre, Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos), localizado na Alemanha, por meio de uma contribuição ao programa UE H2020 [2]. A meta é proporcionar uma melhor compreensão das trocas de carbono na superfície da Terra, graças a um inovador instrumento de medição: um espectrômetro de matriz capaz de medir, com grande precisão, a concentração atmosférica de CO₂ em todo o mundo. O satélite MicroCarb, programado para ser lançado antes do final de 2021, usará a luz solar como energia [3].

As equipes da indústria aeroespacial da Capgemini se mobilizaram

A missão requer flexibilidade na definição de métodos de programação e algoritmos de processamento de dados, mas também capacidade de resposta em termos de implementação. Para tal, a Capgemini propôs uma abordagem inovadora que otimiza as ferramentas existentes usadas pelo EUMETSAT e CNES para catalogação e processamento de dados, garantindo consistência na arquitetura geral do sistema de TI da CNES.

A integração e implementação de desenvolvimentos específicos relacionados à programação do satélite, o desenvolvimento de modelos de cálculo e o processamento de dados espaciais, realizados pelas equipes do projeto, são compartilhados em uma plataforma DevOps [4] instalada no ambiente de TI do CNES. Essas atividades continuarão por um ano durante a fase de aceitação do voo [5] após o lançamento do satélite. A equipe de projeto da Capgemini é composta por quinze especialistas com um profundo conhecimento da indústria aeroespacial, bem como das necessidades da comunidade científica.

MicroCarb, na vanguarda das missões de entendimento do fluxo de CO₂

Este satélite é a primeira parte da resposta da Europa à criação de um sistema para monitorar a evolução da concentração de CO₂ em escala global. Até o momento, as quantidades absorvidas e emitidas em certas regiões do mundo permanecem desconhecidas. Esta informação é, portanto, crucial para entender as origens e o impacto das mudanças climáticas. Os benefícios esperados da missão MicroCarb são antes de tudo científicos, de enriquecer informações sobre fluxos de CO₂. Mas também visa entender como o ciclo do carbono funciona e o comportamento dos principais ecossistemas, como o da Amazônia ou dos oceanos, no contexto das mudanças climáticas.

A Capgemini já está participando da exploração de dados da missão Biomass [6] como parte do programa Living Planet [7], desenvolvendo uma plataforma de análise de dados (MAAP [8]) para a comunidade científica internacional. A Capgemini está comprometida em contribuir com missões espaciais e científicas em relação ao meio ambiente e ao clima.

Simon Baillarin, chefe do departamento responsável pelo desenvolvimento dos centros de missão de Observação da Terra no CNES afirma: "A Capgemini é um parceiro reconhecido por nossas atividades de processamento de satélites e processamento de grandes volumes de dados em vários projetos científicos e ambientais, como Sentinel, THEIA e Taranis".

Jérôme Ponton, gerente de contas do CNES da Capgemini na França, disse: "Estamos muito satisfeitos que o CNES tenha renovado sua confiança em nós para esta missão, que é de fundamental importância à luz das preocupações atuais sobre as mudanças climáticas. Nossas equipes estão aplicando mais de 30 anos de experiência nos mais inovadores projetos espaciais de observação da Terra e científicos".

Sob um acordo entre a ANR ( Agence Nationale de la Recherche, em tradução livre, Agência Nacional de Pesquisa) e o CNES, o projeto MicroCarb é financiado pelo Programme d’investissements d’avenir (em tradução livre, Programa de Investimento para o Futuro) lançado pelo governo francês. O CNES é responsável pelo suporte ao gerenciamento de projetos de TI.

[1] Um conjunto de sistemas dedicados ao controle e planejamento de instrumentos ou cargas úteis por satélite, bem como ao processamento de seus dados.
[2] O H2020 é o programa-quadro da União Europeia para pesquisa e inovação. ec.europa.eu/programmes/horizon2020/
[3] A medição do CO₂ será realizada por um instrumento a bordo de um satélite de baixa órbita. Este instrumento é um espectrômetro que analisa o curto infravermelho da luz solar refletido na superfície da Terra. Os algoritmos determinarão a quantidade de CO₂ com base na proporção da luz refletida. Quanto menos luz é refletida, mais CO₂ é carregado na atmosfera.
[4] Contração dos termos "desenvolvimento" e "operações" referentes a um conceito de engenharia de TI e prática técnica visando a unificação do desenvolvimento de software (dev) e administração da infraestrutura de TI (ops), incluindo a administração do sistema.
[5] Uma vez em órbita, o satélite passa por uma fase final, conhecida como fase de aceitação em voo, para validar sua posição e verificar o funcionamento correto dos instrumentos antes de entrar em serviço.
[6] Biomassa: missão científica por satélite de Observação da Terra da Agência Espacial Européia (ESA) para determinar a distribuição e evolução da biomassa vegetal em escala global.
[7] O programa Living Planet reúne todas as missões espaciais da Agência Espacial Europeia (ESA) para observação da Terra a partir do espaço.
[8] O MAAP (em tradução livre do original, "Algoritmo de múltiplas missões e plataforma de análise") é um projeto colaborativo entre a NASA e a ESA.

Sobre a Capgemini

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