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Quando a liberdade de expressão vira crime de ódio?

  • Quarta, 21 Mai 2025 18:30
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Amanda Franciele Silva
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Especialista explica os limites legais e como o Direito Penal atua para coibir ataques e preservar a dignidade humana

A liberdade de expressão é um direito fundamental previsto na Constituição Federal brasileira. Ela assegura o livre pensamento, a crítica, o humor, a arte, a fé e a produção intelectual. No entanto, quando essa liberdade ultrapassa os limites do respeito à dignidade humana, pode se transformar em crime. É nesse ponto que o Direito Penal atua como instrumento de equilíbrio entre a liberdade individual e a proteção de direitos fundamentais.

Segundo o professor Esley Porto, do curso de Direito da Una Jataí, “a opinião se torna criminosa quando ultrapassa os limites do debate público e se transforma em ofensa, discriminação ou incitação à violência. O que define essa fronteira é o conteúdo, o contexto e o impacto causado, principalmente sobre grupos vulneráveis”.

Crimes e punições

A legislação brasileira é clara ao coibir práticas que ferem a honra, a reputação e a integridade de indivíduos ou coletividades. Crimes como calúnia (acusar falsamente alguém de um crime), difamação (atribuir fato ofensivo à reputação) e injúria (ofensa direta à dignidade) estão previstos nos artigos 138 a 140 do Código Penal.

Porto explica que “o discurso de ódio é aquele que incentiva ou legitima a violência, a exclusão ou a inferiorização de pessoas ou grupos com base em características identitárias”. Entre os crimes associados a esse tipo de conduta estão: racismo (art. 20 da Lei 7.716/89); LGBTfobia, equiparada ao crime de racismo após decisão do STF; xenofobia, também prevista na mesma lei; misoginia e sexismo, que podem ser enquadrados como injúria ou difamação; e intolerância religiosa, que pode configurar crime tanto pela Lei de Racismo quanto por injúria. "O STF já declarou que a liberdade de expressão não protege o discurso de ódio, sobretudo quando ele atinge os direitos de minorias", destaca.

As penas variam conforme o tipo de crime. “Calúnia e difamação preveem penas de seis meses a dois anos e de três meses a um ano de detenção, respectivamente, além de multa. A injúria pode gerar detenção de um a seis meses, sendo agravada para até três anos em casos de injúria racial. Já os crimes de racismo, conforme a Lei 7.716/89, podem levar a reclusão de até cinco anos ou mais, dependendo da gravidade. Outras infrações, como ameaça e apologia ao crime, também são punidas com detenção ou multa”, detalha o professor.

Importante destacar que, enquanto crimes como calúnia e difamação exigem queixa da vítima, os que envolvem preconceito racial ou de minorias são de ação penal pública, ou seja, o Estado tem o dever de investigar e processar independentemente da vontade da vítima.

Nas redes

A disseminação desses discursos nas redes sociais potencializa o alcance e a gravidade do crime. Quando uma postagem ofensiva se torna viral, os danos são amplificados e a responsabilização também pode se estender a quem compartilha, não apenas a quem publicou. “A internet não é um território sem lei. O uso de meios digitais que ampliam a exposição da vítima pode ser considerado agravante. Além disso, quem compartilha conteúdo ofensivo também pode ser responsabilizado civil e criminalmente”, alerta Porto.

Para quem sofre um ataque virtual ou discurso discriminatório, o professor orienta: “É fundamental reunir provas, como prints, links e registros de IP, registrar boletim de ocorrência — preferencialmente em delegacias especializadas — e procurar o Ministério Público, Defensoria Pública ou até mesmo ONGs de direitos humanos”.

Educar também é proteger

Mais do que punir, o Direito também tem papel educativo. “A educação jurídica deve ensinar o equilíbrio entre direitos, o respeito à diversidade e a resolução de conflitos sem violência. O Direito Penal precisa ser usado com responsabilidade, voltado à prevenção e à proteção de bens jurídicos essenciais”, conclui Porto.

Sobre a Una

Com o propósito de transformar o Brasil pela educação, a Ânima é o maior e o mais inovador ecossistema de ensino de qualidade para o país, com um portfólio de marcas valiosas e um dos principais players de educação continuada na área médica. A companhia é composta por cerca de 381 mil estudantes, distribuídos em 18 instituições de ensino superior, e em mais de 500 polos educacionais por todo o Brasil. Integradas também ao Ecossistema Ânima estão marcas especialistas em suas áreas de atuação, como HSM, HSM University, EBRADI (Escola Brasileira de Direito), Le Cordon Bleu (SP), SingularityU Brazil, Inspirali, Community Creators Academy, e Learning Village, primeiro hub de inovação e educação da América Latina, além do Instituto Ânima.   

Em 2023, a Forbes, uma das revistas de negócios e economia mais respeitadas no mundo, elencou a Ânima entre as 10 maiores companhias inovadoras do país e, em 2022, o ecossistema de ensino, também foi destaque do Prêmio Valor Inovação - parceria do jornal Valor Econômico e a Strategy&, consultoria estratégica da PwC – figurando no ranking de empresas mais inovadoras do Brasil no setor de educação. Desde 2013, a companhia está na Bolsa de Valores, no segmento de Novo Mercado, considerado o de mais elevado grau de governança corporativa. 


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