Deportações caem 68% nos EUA
No ano fiscal de 2021, foram realizadas 59 mil deportações, menor quantidade da história da ICE
A Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE) deportou 59.011 imigrantes ilegais no ano fiscal americano de 2021 – o menor número da história do órgão e uma queda de 68% frente às 185 mil remoções do ano anterior. Os dados estão no relatório anual da ICE, divulgado na última sexta-feira (11).
A redução deve-se às novas diretrizes estabelecidas pelo presidente Joe Biden, ao assumir o governo em 20 janeiro de 2021. Naquele mesmo dia, Biden emitiu uma ordem executiva revisando o cumprimento das políticas e prioridades referentes à imigração.
“Os imigrantes ajudaram a fortalecer as famílias, comunidades, empresas, a força de trabalho e a economia da América, infundindo os Estados Unidos com criatividade, energia e engenhosidade”, afirma o texto da ordem executiva, de número 13.993.
Com essa decisão, os órgãos federais de imigração, como a ICE, o Departamento de Segurança Interna (DHS) ou o Serviço de Alfândega e Proteção das Fronteiras (CBP) passaram a focar suas atividades no que o governo chamou de casos de interesse nacional.
“Ou seja, em vez de buscarem deportar todo e qualquer imigrante ilegal que estivesse em solo americano, eles agora passaram a fortalecer suas atuações para deportar contrabandistas, traficantes, membros de gangues e outros indivíduos com maior potencial de prejudicar a sociedade americana”, explica o advogado de imigração e sócio-fundador do escritório AG Immigration, Felipe Alexandre.
De acordo com a ICE – criada em 2003 como resposta aos ataques às torres gêmeas –, a porcentagem de deportados que eram criminosos condenados pela Justiça aumentou de 56% para 66% entre 2020 e 2021, o que já seria um reflexo desta nova política.
Em relação às detenções de imigrantes ilegais, também houve queda: enquanto em 2020 foram realizadas 103.603 prisões administrativas, em 2021 esse número caiu 28%, para 74.082.
A queda nas prisões e deportações também está associada a uma ordem emitida em 2020 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), que autorizou a expulsão dos imigrantes ilegais com base na proteção da saúde pública do país. Com isso, eles não passam pelos procedimentos normais de deportação, podendo reduzir as estatísticas. Mais de 1,6 milhões de expulsões foram realizadas nas fronteiras desde a entrada em vigor da ordem do CDC – conhecida como “Título 42”.
Deportações realizadas pela ICE (2003-2021*)
2021 – 59.011
2020 – 185.884
2019 – 267.258
2018 – 256.085
2017 – 226.119
2016 – 240.255
2015 – 235.413
2014 – 315.9.43
2013 – 368.644
2012 – 409.849
2011 – 396.906
2010 – 392.862
2009 – 398.834
2008 – 369.221
2007 – 291.060
2006 – 207.776
2005 – 180.189
2004 – 175.106
2003 – 157.080
*O ano fiscal americano compreende o período de 1º de outubro de um ano a 30 de setembro do ano seguinte, sendo este último o que define e dá nome ao ano em questão.
Fontes: Relatório de Remoções da ICE (2003-2016); Relatório Anual de Operações da ICE – 2019; Relatório Anual de Operações da ICE – 2020; e Relatório Anual de Operações da ICE – 2021.
Sobre Rodrigo Costa - CEO da AG Immigration
Rodrigo Costa possui vasta experiência profissional na área de negócios, tecnologia e marketing, tendo atuado com consultoria em diversas multinacionais no Brasil, ajudando-as a melhorar sua performance financeira. É especialista em mercado de trabalho americano e CEO de um dos mais renomados escritórios de imigração dos Estados Unidos.
Sobre a AG Immigration
A AG Immigration é um dos principais escritórios de advocacia imigratória dos Estados Unidos, auxiliando brasileiros e cidadãos do mundo todo no processo de obtenção de vistos americanos, como EB-1, EB-2, EB-3 e o green card. É fundada pelo consultor de negócios Rodrigo Costa e pelo advogado de imigração brasileiro/americano Felipe Alexandre, que figura há 5 anos como um dos 10 melhores advogados de imigração do Estado de Nova York, prêmio concedido pelo “American Institute of Legal Counsel”. Considerado, em 2021, um dos 10 principais advogados da Califórnia, em votação da revista jurídica “Attorney & Practice Magazine”, e reconhecido pela “Super Lawyers (Thomas Reuters)” como referência no campo das leis imigratórias dos EUA.
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