Quando se fala em inovação e tecnologia, é impossível não pensar no Vale do Silício. Mas a pandemia mostrou que é possível trabalhar e se conectar com o mundo de qualquer lugar, o que impulsionou o desenvolvimento de novos polos, como Miami. Atraídos pelo clima e pelas vantagens fiscais, muitos investidores, empresários e aceleradoras desembarcaram na cidade no sudeste da Flórida nos últimos meses, criando um novo ambiente de inovação. Atenta a esse movimento, a StartSe abriu um escritório e lançou uma nova rota de conexão em Miami, destinada a empreendedores que desejam conhecer o cenário e os agentes propulsores da nova onda de disrupção norte-americana.

O projeto da StartSe foi desenvolvido de forma semelhante ao aplicado até hoje no Vale do Silício, com uma semana de imersão conhecendo os bastidores do mercado de inovação e estabelecendo conexões com empresários de todo o mundo. A ideia é manter os empreendedores atualizados no que há de mais recente em tecnologia e mercado e facilitar a internacionalização dos negócios. Com o número de empresas surgindo ou criando sedes na cidade aumentando, as relações dia a dia com companhias de todo o mundo ficaram mais próximas.

Como reflexo do fluxo que se desenvolveu, em 2021 as empresas da cidade mais que duplicaram o investimento recebido em 2020, ultrapassando US$ 4,6 bilhões, o que demonstra a credibilidade da atividade frente ao mercado. Conhecida por muitos como “capital da América Latina”, Miami ainda se destaca a brasileiros pela similaridade cultural, facilitando a integração no ecossistema e se tornando uma ponte de empresas latinas para o mundo.

“Quando um empresário pensa em expandir e internacionalizar seu negócio, ele precisa de uma estrutura. É preciso ter contatos no local para onde se está indo para conseguir estabelecer essa base. Nosso trabalho é conectar o empreendedor com tudo o que ele precisa, para que ele possa dar esse passo com mais segurança, e Miami é o lugar perfeito para isso”, afirma Mauricio Benvenutti, sócio da StartSe.

A operação na costa leste estadunidense é estratégica para a StartSe, que vê no surgimento do novo polo a oportunidade para consolidar sua posição de referência quando o assunto é nova economia. Com as iniciativas do prefeito Francis Suarez para manter Miami no radar, a transformação promete ser permanente: empresas como Microsoft e Spotify já abriram estruturas na cidade para manter contato frequente com startups e investidores.

Entre os destaques da cidade, é notável o crescimento de setores como criptomoedas, com a implementação de um ativo próprio (a MiamiCoin) e a realização de importantes eventos da área. Além disso, o mercado de real estate segue em expansão, associado à tradição em turismo da cidade, assim como as fintechs, impulsionadas por grandes bancos que já operavam no local.

“Se há dez anos Miami era pensada apenas para turismo ou mercado imobiliário, o que vemos hoje é uma renovação total. Estar na cidade virou sinônimo de estar conectado e ter visão de futuro. Nós acreditamos que as fronteiras foram diluídas com a digitalização, mas a experiência offline é insubstituível. As conexões que se estabelecem com o encontro presencial permitem relações mais fortes”, afirma Benvenutti.

Para o futuro, o objetivo da StartSe é expandir essa rede por meio de programas digitais, levando Miami para quem não pode ir presencialmente até lá, e criar uma comunidade integrada com pessoas de todo o mundo. “A Flórida tem um poder econômico relevante nos Estados Unidos, e esse movimento abre inúmeras possibilidades. Quem souber se aproveitar desse momento, certamente sairá na frente”, conclui Junior Borneli, CEO da StartSe.