SEGS Portal Nacional

Demais

Acordo no COP26 deve ser inclusivo e países ricos precisam ajudar nações pobres a cumprir metas

  • Quinta, 14 Outubro 2021 10:55
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Adriano Ortolani
  • SEGS.com.br - Categoria: Demais
  • Imprimir

 

Em Webinar da Aberje com Brazil Institute do King’s College de Londres, especialistas apontam elementos necessários para que a conferência em Glasgow tenha sucesso; inclusão e divisão justa de responsabilidades com objetivos acordados estão entre principais pontos

Em novembro, líderes globais se reunirão em Glasgow (Escócia) para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima de 2021, também conhecida como COP26. Em seminário internacional promovido pela Aberje, como parte de uma série em parceria com o Brazil Institute do King’s College de Londres, estudiosos e representantes do setor privado discutiram as expectativas para o encontro e aspectos da mudança climática, que representam ameaça à humanidade.

Assista ao webinar na íntegra:

O termo "inclusão" protagonizou o debate, que teve a participação de Juliane Reinecke, Professora de Gestão Internacional & Sustentabilidade na Escola de Negócios do King’s College de Londres; Kat Thorne, Diretora de Sustentabilidade do King’s College de Londres e Cristiano Teixeira, Diretor Geral da Klabin.

"Os negociadores do COP26 terão um grande desafio para chegar a algum acordo. Nós sabemos onde queremos chegar, mas como fazer isso é o xis da questão, e também como alcançar esse objetivos de forma justa e inclusiva", destacou Juliane Reinecke, acrescentando que a proteção ao meio ambiente que temos hoje "não é suficiente", considerando a extensão e a complexidade da questão climática.

Kat Thorne concorda no que diz respeito à importância de que o viés do debate e dos compromissos firmados seja realmente inclusivo. "O Reino Unido, como anfitrião, irá pedir que os países participantes estabeleçam metas mais ambiciosas de redução de emissão de poluentes, para 2030. Obviamente, o que queremos é ver essas metas acontecendo, [que os outros países] as levem à ação", disse ela.

Em relação ao que se pode esperar da participação do Brasil, Cristiano Teixeira, da Klabin - a única empresa brasileira do COP26 Business Leaders, grupo formado por dez executivos da iniciativa privada -, diz estar otimista. "Se olharmos o que está na agenda oficial [da conferência], e não nas redes sociais e outros meios, o Brasil reafirma o que ficou acordado no encontro recente ocorrido nos EUA, organizado por Joe Biden. O governo se compromete a zerar o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, e atingir a neutralidade climática em 2050, não mais em 2060".

Na visão do executivo, se analisarmos os anúncios oficiais, o cenário não é tão negativo quanto o que tem sido falado a respeito. "Sabemos como diminuir o desmatamento ilegal da Amazônia, já fizemos isso há alguns anos. E se avaliarmos o que foi feito nos últimos 40 anos, pensando em termos do Estado Brasileiro, e não considerando apenas um único governo, estamos bem", avalia.

Conceito de vulnerabilidade é mito

Para Juliane, a ideia de que países mais ricos são menos vulneráveis às consequências das mudanças climáticas e os países pobres são mais vulneráveis não é verdadeira. "Divulgou-se recentemente que a Suécia, a França, a Finlândia, a Alemanha e os EUA estariam no ranking dos menos afetados, e os que correriam mais riscos seriam Nigéria, Bangladesh, Costa do Marfim, Tanzânia e Tunísia".

No entanto, para a pesquisadora do King’s College, esse conceito é um grande mito. "Todos os países são vulneráveis, e serão afetados pelo aquecimento global. O Fórum Econômico Mundial estimou que, até 2050, 80% da população global será atingida pelas mudanças climáticas. Ou seja, todos nós somos vulneráveis", alerta.

Na visão da estudiosa, é importante pensar como balancear as responsabilidades de mitigar as mudanças climáticas. "A grande questão é: como fazer com que os países ricos ajudem os países pobres a progredirem na questão climática?", questiona Juliane.

Metas de redução de emissões

Questionada sobre o papel das empresas em prol do cumprimento da meta zero de carbono até 2050, atendendo os objetivos do Acordo de Paris, Juliane ressalta que é um compromisso coletivo. "Para garantir o zero carbono em 2050, é preciso limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius. Para isso, em menos de 10 anos, as emissões de carbono devem cair pela metade, essa é uma meta muito ambiciosa".

"Por um lado, está nas mãos de todos nós, inclusive das empresas, agir para começar a mitigar as mudanças climáticas e evitar que os piores efeitos aconteçam. Mas é uma situação desafiadora, pois exige um compromisso de todos, mas muitas vezes ninguém quer aderir sem que todos os outros tenham feito o mesmo. Por isso, é muito importante que autoridades e governos do mundo todo definam o escopo e as regras, para que isso possa tornar-se realidade", pondera Juliane.

Ela lembra ainda que, em 2008, o relatório IPCC da ONU estabeleceu o prazo de 12 anos para reduzir o risco da catástrofe da mudança climática. "Ou seja, agora, temos apenas 9 anos. O relatório IPCC de 2021 apenas confirmou que os impactos no meio ambiente estão se acelerando. E, a não ser que tenhamos uma redução drástica de emissões, a meta estabelecida no Acordo de Paris, há alguns anos, de limitar o aquecimento global a 1,5 a 2 graus Celsius, estará fora de nosso alcance".

Brasil x Mudanças climáticas

Para Teixeira, é fundamental que o Brasil contenha as ações ilegais de desmatamento da Amazônia. "Hoje, representamos 3% da emissão de gases poluentes, estando como o sexto maior emissor no mundo. Estima-se que 50% dessa emissão seja decorrente do desmatamento ilegal da Amazônia. É por isso que precisamos pressionar as autoridades para que inibam essas ações", afirma.

Mas a principal medida, na visão do executivo da Klabin, é deixar de utilizar o carvão e o gás natural como fontes de energia. "Esse é o passo mais difícil, basta ver a crise de energia que está acontecendo na China. O governo está tentando convencer as empresas a reduzirem o uso de carvão, e apenas esse anúncio já gerou uma crise. Imaginem o que pode acontecer no norte da Europa no próximo inverno, em países como a Alemanha, que depende do gás natural da Rússia?".

Ele conta que a Klabin tem buscado fazer sua parte em relação à proteção ambiental. "Agimos para neutralizar as emissões de carbono que resultam das nossas operações. Em relação ao COP26, temos buscado dialogar com os representantes brasileiros. Tenho ido a Brasília a cada 15 dias e conversado com negociadores oficiais que irão a Glasgow, para tentar influenciar as autoridades nos pontos que precisamos alcançar, e no que o mundo espera de nós", explica ele.

"É preciso conscientizar a iniciativa privada, fazer com que as empresas brasileiras, e do mundo todo, se engajem. Esse compromisso não se esgota no COP26, deve continuar pelas próximas décadas, ou veremos muitas catástrofes decorrentes da mudança climática", finaliza o executivo brasileiro.

Sobre a Aberje - A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial é uma organização profissional e científica sem fins lucrativos e apartidária. Tem como principal objetivo fortalecer o papel da comunicação nas empresas e instituições, oferecer formação e desenvolvimento de carreira aos profissionais da área, além de produzir e disseminar conhecimentos em comunicação. A atuação da Aberje ultrapassa os limites do território brasileiro com participações ou presença nos boards de instituições internacionais como a Fundacom, Global Alliance for PR and Communication Management e Arthur W. Page Society, posicionando-se como um think tank da Comunicação Empresarial Brasileira.


Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
 

<::::::::::::::::::::>

 

 

+DEMAIS ::

Dez 19, 2025 Demais

Troca de presentes no Natal segue regras específicas do…

Dez 19, 2025 Demais

Luuna lança colchão premium personalizável com…

Dez 19, 2025 Demais

Acidente nas férias? Entenda se pode ter direito ao…

Dez 19, 2025 Demais

Decorelli traz novas estampas para o Natal

Dez 19, 2025 Demais

Autocuidado no topo da lista para 2026: como negócios…

Dez 19, 2025 Demais

Decoração de Natal deve ser planejada com muita cautela…

Dez 19, 2025 Demais

Acordo autoriza visita em caso de subtração…

Dez 19, 2025 Demais

Setor vitivinícola lança filme de Natal que celebra o…

Dez 19, 2025 Demais

Blockchain e cripto no entretenimento digital moderno

Dez 18, 2025 Demais

6 coisas que você vai encontrar — ou não — ao migrar…

Dez 18, 2025 Demais

Conheça a técnica que diferencia a operação de limpeza…

Dez 18, 2025 Demais

10 fotógrafos subaquáticos nacionais e internacionais…

Dez 18, 2025 Demais

Rituais de Ano Novo 2026: atraia prosperidade, amor e…

Dez 18, 2025 Demais

Não gostei do presente de Natal, e agora?

Dez 18, 2025 Demais

Trabalhar ou estudar nos Estados Unidos? Entenda 5…

Dez 18, 2025 Demais

Guia prático para decoração com flores no fim de ano

Mais DEMAIS>>

Copyright ©2025 SEGS Portal Nacional de Seguros, Saúde, Info, Ti, Educação


main version