Especialista em recrutamento revela dicas para inclusão de pessoas LGBTQIA+ no mercado de trabalho
Com o objetivo de aproximar estes profissionais das equipes são necessárias ações como palestras de conscientização, consultorias para adaptação do ambiente corporativo, em especial uso de banheiros, usar nomes sociais no crachá e no holerite, além de banir todas as práticas discriminatórias e de assédio
Embora exista um movimento no mercado de trabalho quando o assunto é a contratação de profissionais LGBTQIA+, a inclusão de pessoas diversas continua sendo um tabu no mundo corporativo, uma vez que há uma distância entre a contratação e a integração desse perfil de colaboradores nas empresas. Dados de uma pesquisa feita pelo site de recrutamento Elancers, em 2019, apontam que 20% das empresas que atuam no Brasil não contratam lésbicas, bissexuais, gays, travestis e transexuais em razão da orientação sexual e da identidade de gênero. Desse percentual, 11% só contratariam se a pessoa não fosse ocupar cargos de decisão ou níveis superiores.
“O que determina o potencial intelectual, a performance, o conhecimento e a experiência, certamente não é a sexualidade ou o gênero de uma pessoa, por isso existe um universo de potenciais profissionais que estão buscando seu lugar ao sol e que, infelizmente, não tinham chances em processos seletivos tradicionais. No entanto, atualmente existem iniciativas e portais especializados em empregar a diversidade, como o Transempregos e, mais recentemente, o VagasOnline. Nestes sites, a pessoa pode declarar sua orientação sexual ou de gênero e, assim, ser recrutada por filtros específicos, o que potencializa sua visibilidade nos processos seletivos”, revela Luciana Tegon, headhunter e sócia diretora da Tegon People Consulting.
Empresas que se preocupam com a causa da diversidade saem na frente e é preciso que o mercado de trabalho se enquadre para que os profissionais que compõem o universo LGBTQIA+ não se sintam desconfortáveis durante uma entrevista de emprego, por exemplo. A implantação de uma cultura que entenda, respeite e esteja preparada para receber pessoas de todas as orientações sexuais e de gênero é fundamental.
“Perguntas íntimas são proibidas, mas pessoas LGBTQIA+ relatam que, por pura curiosidade, alguns profissionais acabam se excedendo com questões desconfortáveis e incabíveis. É importante sempre receber os candidatos normalmente, perguntar se elx tem um nome social para ser corretamente identificadx, no caso de pessoas trans. A entrevista deve transcorrer naturalmente como um candidato qualquer”, diz.
Com o objetivo de aproximar estes profissionais ainda mais das equipes são necessárias ações de inclusão como palestras de conscientização sobre o universo LGBTQIA+, consultoria para adaptação do ambiente corporativo, em especial uso de banheiros, usar nomes sociais no crachá e nos holerites, além de banir todas as práticas discriminatórias e de assédio, que atualmente se configuram como crime.
“No mais, ainda somos um país com muitas pessoas preconceituosas e transfóbicas. Isto é um fato. E, enquanto mantivermos este tipo de conduta, teremos dificuldades na inclusão e no acolhimento de pessoas LGBTQIA+. Políticas governamentais também devem evoluir para garantir a esse público o respeito aos seus direitos constitucionais, especialmente em relação à saúde, locomoção, proteção e mercado de trabalho”, finaliza Tegon.
Luciana Tegon: Headhunter, Sócia Diretora da Tegon People Consulting. Atua há mais de 20 anos na área de Gestão de Pessoas e Consultoria Empresarial, especialista em Carreiras, Desenvolvimento e Executive Searching. Graduada em Direito, pós-graduada em Direito Processual e Tributário. Master Coaching pela Sociedade Brasileira de Coaching, MBA em Gestão de Pessoas, pós-graduanda em Psicologia Positiva, Ciências do Bem-Estar e Autorealização.
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