SEGS Portal Nacional

Demais

Escassez de matérias primas ameaça competitividade industrial na pandemia

  • Segunda, 30 Agosto 2021 18:44
  • Crédito de Imagens:Divulgação - Escrito ou enviado por  Sumi Costa
  • SEGS.com.br - Categoria: Demais
  • Imprimir

A falta de insumos e matéria-prima vem sendo agravado nos últimos meses. A expectativa do levantamento realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), no primeiro trimestre de 2021, que 73% das empresas da indústria geral (extrativa e de transformação) e 72% das empresas da indústria da construção encontravam dificuldades em obter os insumos e matérias-primas produzidos no Brasil. Dessas 42% preveem melhora apenas para o segundo semestre e 14% só veem um cenário mais positivo em 2022.

O consultor e sócio fundador da Partner Consulting Rui Rocha alerta que o mercado vem entendendo uma melhoria gradual do cenário econômico, no entanto, segundo ele não é uma tarefa fácil se planejar pós-crise sanitária, exigindo algumas habilidades do empresário e das organizações, até mesmo pelo momento turbulento que vivemos. “Nesse momento é necessário entender o quanto o segmento foi afetado, o quanto foi prejudicado o seu ambiente de negócio com os efeitos da pandemia e quais foram as mudanças predominantes nesse período, possibilitando uma revisão do modelo de trabalho daqui para a frente. É um legado da pandemia, um aprendizado que vai durar gerações e vai nos ensinar a rever os modelos de negócio”, salienta.

Fato é que a crise de insumos atinge desde componentes eletrônicos, plástico e vidros. Ou seja, vários setores estão sendo afetados com a falta de matéria prima. Segundo Darci Dani, diretor executivo da AGAVI – Associação Gaúcha de Vinicultores, com sede em Flores da Cunha no Rio Grande do Sul, o setor vem sendo muito impactado. “Temos sentido bastante a falta de garrafas e de caixas de papelão, principalmente”, comenta. No início da pandemia muitas empresas do setor, com medo do cenário que se desenhava, diminuíram a compra de garrafas e, para piorar, alguns setores de vidro tiveram o aumento do consumo, dificultando a manutenção do abastecimento da matéria-prima. “As empresas estão retirando tudo o que a fábrica dispõe o que não é o suficiente, algumas empresas estão apelando para outras embalagens, como bag in box ou embalagens pet para vinhos de mesa”, explica.

A indústria eletrônica também está sendo afetada, desde grandes empresas e as startups obviamente também foram afetadas. Para o CEO da startup Energia das Coisas, Rodrigo Lagreca, a falta de componentes elétricos acaba gerando uma tensão no mercado, pois acaba-se trabalhando no limite da empresa. “Sinto como um freio involuntário, pois há receio de não poder entregar vendas de alto volume, fora o custo de alguns componentes, que chegou a triplicar nos últimos meses, inviabilizando todo e qualquer planejamento”, desabafa.

Rodrigo conta que a empresa aguarda sempre com expectativa a disponibilidade de compra de componentes. “Para agilizar o processo programamos alertas de notificação de disponibilidade de estoque nos websites dos fabricantes, quando a indústria libera os componentes para venda. A última realizada, fui notificado sobre a disponibilidade de aproximadamente 7 mil peças, no entanto estava indisponível, embarcando em um voo. Quando desembarquei, uma hora após, o estoque da loja estava com menos de 200 peças”, lamenta. Além disso, o valor inflacionou com a carência global e se torna um grande empecilho. “O componente que antes pagávamos menos de U$2, passou a ser cobrado U$7”.

“A falta de matéria prima fez com que insumos básicos aumentassem seu custo de forma desenfreada, Alguns receberam mais de 250% de aumento, além da dificuldade em encontrar, programar compras antecipada, comprar mais do que precisava, o impacto no fluxo de caixa disto tudo está sendo um dos grandes desafios”, explica Flavia Carneiro, gerente Administrativo Financeiro da Madeira Plástica Ambiental S.A. O repasse do valor no produto final é inevitável, “nossos clientes consequentemente sofreram da mesma maneira, pois foi necessário um reajuste de quase 30% em toda a nossa linha de produtos”, comenta.

Flavia explica que a empresa trabalha com plástico, um insumo que tem grandes impactos externos, e está sempre sofrendo forte oscilação. “Existe uma previsão de aumento no custo, pois com a loucura em que se encontram as exportações e importações, aliados aos valores altos dos fretes marítimos, acabamos sofrendo mesmo sem importar insumos diretamente”, explica. Segundo ela, a expectativa, a curto prazo, é ter capacidade para manter as estratégias e seguir atendendo o mercado sem precisar repassar novos aumentos, evitando ao máximo retrair um mercado que tende a crescer e se movimentar muito no final de ano.

Já no mercado de vinhos, Darci comenta que não é possível calcular os prejuízos agora, mas afirma que se existissem mais embalagens e caixas de papelão disponíveis no mercado, o segmento poderia faturar mais. “A nossa expectativa é que se mantenha até o fim do ano a comercialização parecida com a de 2020, que atingiu 31% de incremento em relação ao ano anterior”, pontua.

Já a solução Energia das Coisas vem apresentando um crescimento na procura nos últimos meses. “Decorrente da crise energética que vem se desenhando no Brasil, as empresas passaram a se antecipar, buscando não apenas reduzir o custo da conta de luz, mas também de entender o funcionamento dos equipamentos e a melhor solução energética para empresa”, explica Rodrigo. “Com a falta de insumos, nos obrigamos a vender somente aquilo que temos certeza de que daremos conta na produção. Lembrando ainda que, após a chegada do componente, ainda temos 45 dias para entrega do produto”, explica. “Estamos sempre buscando nos adaptar às realidades, administrando da melhor forma possível a escassez da matéria prima”, conclui Rodrigo.

“Precisamos entender que a retomada não será imediata, e que irá necessitar de um acompanhamento”, ressalta Rui. Segundo o consultor, a falta de matéria prima que hoje vem assombrando os empresários é decorrente do preço das commodities que subiram exageradamente. “A China sofreu um retrocesso nas expectativas de crescimento e até que normalize, viveremos num ambiente mais caro e não apenas pela escassez”, ressalta. Outro ponto que não se pode deixar de analisar é a inflação brasileira que até antes da pandemia, estava controlada.

“Planejar 2022 exigirá do empresário muita cautela, precisaremos entender toda a situação do mercado e talvez em dezembro desse ano tenhamos uma informação consolidada”, alerta Rui. Somente a partir dessa consolidação os empresários terão uma ideia melhor de como está o mercado e conseguir assim, um planejamento mais robusto para o próximo ano. “Lembrando que em 2022 ainda mostra um cenário turbulento devido às eleições. No Brasil, o processo eleitoral sempre impactou a economia. Por isso muita cautela ao pensar no próximo ano”, finaliza.


Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
 

<::::::::::::::::::::>

 

 

+DEMAIS ::

Dez 18, 2025 Demais

6 coisas que você vai encontrar — ou não — ao migrar…

Dez 18, 2025 Demais

Conheça a técnica que diferencia a operação de limpeza…

Dez 18, 2025 Demais

10 fotógrafos subaquáticos nacionais e internacionais…

Dez 18, 2025 Demais

Rituais de Ano Novo 2026: atraia prosperidade, amor e…

Dez 18, 2025 Demais

Não gostei do presente de Natal, e agora?

Dez 18, 2025 Demais

Trabalhar ou estudar nos Estados Unidos? Entenda 5…

Dez 18, 2025 Demais

Guia prático para decoração com flores no fim de ano

Dez 18, 2025 Demais

Cores para 2026: descubra a sua cor de acordo com a…

Dez 17, 2025 Demais

Vai alugar imóvel no Réveillon? Confira 10 dicas para…

Dez 17, 2025 Demais

A cláusula compromissória arbitral no estatuto social…

Dez 17, 2025 Demais

Fim de ano: especialista explica por que a comunicação…

Dez 17, 2025 Demais

Mega da Virada: como transformar milhões em legado e…

Dez 17, 2025 Demais

Como manter o skin care nas viagens de final de ano?

Dez 17, 2025 Demais

Natal: descubra como combinar diferentes tipos de…

Dez 17, 2025 Demais

Vai começar o verão no Hemisfério Sul e a Terra não…

Dez 16, 2025 Demais

Reformar ou demolir uma casa? Saiba o que vale a pena!

Mais DEMAIS>>

Copyright ©2025 SEGS Portal Nacional de Seguros, Saúde, Info, Ti, Educação


main version