Entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, foram vendidas 49,7 mil toneladas de panetone no Brasil, de acordo com um levantamento da Worldpanel by Numerator, encomendado pela Abimapi (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados). De fato, a iguaria deixou de ser algo exclusivo para ser consumido apenas no Natal e hoje é comum ver ao longo do ano nas gôndolas de supermercados diversas versões de panetone.

Porém, no mês de dezembro, período onde é celebrado o Natal, é que esse pão doce de origem italiana se torna ainda mais onipresente nas mesas dos brasileiros. Hoje em dia é possível encontrar diferentes recheios de panetone, desde os mais tradicionais até aqueles mais inusitados. Sendo assim, a possibilidade de consumir essa iguaria é bastante ampla, podendo ser harmonizada com café, sobremesas e até mesmo cerveja.

Sim, a bebida inclusive é conhecida como “pão líquido”, e assim como o panetone, possui diferentes tipos e estilos. Cada sabor de panetone pode ser ressaltado e melhor saboreado se estiver sendo apreciado junto com a cerveja certa. “No caso do panetone tradicional, aquele com frutas cristalizadas, ele pode ser harmonizado com uma cerveja Weiss, a famosa cerveja de trigo, que apresenta notas de cravo e banana que combinam perfeitamente com a massa do pão doce”, explica Alexandre Vaz, mestre cervejeiro da Ashby.

Outro panetone que é bastante popular é aquele feito com gotas de chocolate. É possível encontrar diferentes variações dessa versão, como por exemplo, com chocolate ao leite, amargo, branco ou com outras sobremesas como sorvete. “A cerveja mais indicada para ser saboreada junto com o panetone de chocolate é a Porter, que possui aroma de notas de chocolate, creme e café e sabor com notas de chocolate e caramelo, ou seja, uma harmonização por semelhança”, ressalta Vaz.

Frutas cítricas também são utilizadas na produção de panetones, sendo que o limão siciliano é visto com frequência nas receitas do pão doce, seja na versão tradicional ou até mesmo como mousse. “O panetone com limão é uma ótima opção refrescante que combina com o verão e harmoniza com uma fruit beer de laranja, que possui notas bem destacadas e adocicadas de laranja, em uma textura macia com leve acidez cítrica”, diz o mestre cervejeiro.

Nos últimos tempos, uma semente com textura levemente oleosa de coloração verde passou a ser vista com frequência em sobremesas e diferentes pratos por todo o país. Estamos falando do pistache, que também passou a ser utilizado na produção de panetones. “O pistache combina com cervejas mais leves, que não vão ofuscar o sabor do fruto seco, como é o caso da pilsen. O malte de cevada traz um sabor levemente adocicado – que é equilibrado com o amargor dos lúpulos alemães e o aroma dos lúpulos americanos. Ou seja, não é uma cerveja doce, muito menos amarga. É na medida”, finaliza Vaz.

Sobre a Ashby

Foi no ano de 1993 que Scott Ashby, americano que chegou ao Brasil em 1992, decidiu montar, na cidade Amparo, SP, a primeira Micro Cervejaria do Brasil, a fim de trazer ao país o conceito de cervejas especiais dos EUA. Scott, físico, apaixonado por cervejas, ingressou no curso Cervejeiro na Universidade da Califórnia no ano de 1990 e, logo em seguida começou a trabalhar na cervejaria americana Wasatch, onde permaneceu por dois anos. Antes disso, Scott já era homebrewer e produzia cervejas para seus amigos, que rapidamente consumiam toda a produção caseira.

E a diferenciação da empresa já começou quando pensou em montar uma fábrica na cidade de Amparo, SP, circuito das Águas Paulistas. Como essas bebidas são compostas por 95% de água, a qualidade desta na fabricação é extremamente relevante. Por isso, a Ashby, escolheu estrategicamente o melhor lugar para suas instalações. As águas de Amparo, além de conservar a pureza que brota da terra, têm um equilíbrio excelente entre sais e minerais tornando-a perfeita para a fabricação de chopes e cervejas de qualidade ímpar.

Foi graças à Ashby que o cenário do mercado nacional começou a experimentar um novo conceito de cervejas diferenciadas, o que antes era privilégio para poucos.