Brastece discute melhorias do setor de abastecimento com seus associados
Estratégia de apoio ao pequeno comerciante e modelos de privatização foram os assuntos mais abordados
Os membros associados da Brastece (Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento) se reuniram na última quarta-feira (23/06) para debater pautas pertinentes ao setor. O encontrou foi on-line e contou com a presença de representantes das Ceasas de todas as regiões do Brasil.
O destaque da pauta foi o programa de desestatização da CeasaMinas, que aguarda a publicação do edital para elucidar as condições dessa iniciativa. O presidente da Associação Comercial da Ceasa de Minas Gerais (ACCeasa), Noé Xavier, ressaltou que a entidade não avalia a privatização de forma negativa, pois essa pode ser uma forma de sanar velhos problemas que os concessionários encontram nas instalações das centrais de abastecimento. “Infelizmente trabalhamos em uma estrutura muito antiga, deficitária, e ficamos engessados quando pensamos em fazer melhorias por conta do tipo de contrato existente hoje. Não enxergamos a desestatização como algo ruim, apenas queremos a garantia de que os comerciantes que hoje trabalham lá terão seus direitos respeitados e prioridade nesse novo contrato”, explica.
Ainda dentro do tema, os associados de outros estados dividiram suas experiências e opiniões em relação à privatização. A maioria acredita que uma gestão feita integralmente pelos comerciantes seria mais assertiva, pois eles possuem domínio e conhecimento dos problemas e desafios que constituem as centrais de abastecimento. O presidente da Brastece, Waldir de Lemos, destacou como exemplo bem sucedido o modelo de gestão das centrais de abastecimento do Piauí, que acontece por meio de uma PPP (Parceria Público Privada). “É um sistema ótimo, que oferece autonomia aos comerciantes e acelera os investimentos necessários no espaço, como obras de saneamento, estrutura, melhorias na limpeza, entre muitos outros aspectos. A administração da Nova Ceasa Piauí é o principal exemplo a ser seguido quando falamos de administração privada”.
Outro assunto bastante discutido na reunião foi a elaboração de um projeto coletivo que fortaleça e defenda a atuação dos pequenos comerciantes diante dos gigantes do mercado alimentício, que dominam cada vez mais a economia. O setor de atacarejo seguiu em alta mesmo durante a pandemia. A modalidade registrou crescimento de 20,7% em 2020, segundo pesquisa da NielsenIQ para a Abaas (Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço). Claudio Furquim, presidente do Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sincaesp), ressaltou a necessidade de diálogo com as associações de supermercados para ajustarem os termos da relação entre as categorias, a fim de valorizar e viabilizar o trabalho do comerciante nos entrepostos.
Durante o encontro ainda foram discutidos os seguintes temas: reformas nas instalações; ajustes de boxes para cumprimento de normas legais; cobrança indevida de condomínios e a necessidade da criação de banco de caixas em em algumas regiões, para auxiliar o comerciante nas transações com empresas que exigem a entrega do produto em caixas plásticas e não em caixas de madeira.
Brastece - A Confederação Brasileira das Associações e Sindicatos de Comerciantes em Entrepostos de Abastecimento existe desde 2010 e exerce o papel de defesa dos trabalhadores atacadistas da cadeia de alimentos, buscando validar o trabalho do comerciante dos entrepostos e trazer inovações, investimentos e melhorias para o setor. Hoje ela representa 27 entidades distribuídas por todo o país.
Compartilhe:: Participe do GRUPO SEGS - PORTAL NACIONAL no FACEBOOK...:
<::::::::::::::::::::>