A pandemia do covid-19 trouxe uma série de mudanças para o cenário econômico mundial. De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), a cada ano, uma média de 600 mil empresas fecham as portas no país. Porém, apenas até meados de junho, mais de 700 mil negócios já haviam encerrado suas atividades no ano passado. E boa parte das que conseguiram sobreviver à crise enfrentam dificuldades de caixa. Diante desse cenário de falta de recursos, as transações realizadas por permutas, algo comum bastante nos segmentos publicitário, imobiliário e automotivo, passam a ser uma alternativa também interessante para outros setores.

Leonardo Bortoletto, criador do Clube de Permuta, plataforma de relacionamento empresarial que se notabiliza por gerar negócios lucrativos entre seus associados, explica que a permuta é um tipo de negociação em que existe uma troca de serviço ou produto sem que as partes tenham que utilizar uma moeda financeira.

Com a pandemia, tal prática vem permitindo a muitos negócios movimentar o mercado e sobreviver em meio a um cenário de crise. Segundo levantamento feito com as quase 1700 empresas da base do Clube de Permuta, em torno de 1,7% das empresas que atuam com permutas fecharam as portas na pandemia, enquanto a proporção do fechamento de empresas que não utilizam esse modelo de transação foi de 37,7%.

"Com 90% da base composta por pequenas e médias empresas, o Clube de Permuta é a definição mais prática que se pode ter para explicar a economia colaborativa. O Clube é um propulsor para que as empresas possam comprar e manter suas necessidades em dia", ressalta o CEO da plataforma.

Criado na cidade de Belo Horizonte, em 2012, o Clube de Permuta utiliza um sistema quepermite que seus integrantes negociem produtos e serviços por meio de permutas, sem envolver dinheiro. Na prática, o Clube funciona da seguinte forma: após análise da empresa, o associado recebe um limite de crédito para comprar e vender entre os demais sócios. Este limite serve para que seus serviços ou produtos sejam trocados por produtos ou serviços de outras empresas que fazem parte do sistema.

“Já tivemos casos de um dono de supermercado que trocou os produtos do estabelecimento dele por câmeras para o sistema de segurança. Outros associados da rede já compraram avião, apartamento, casa na praia, loja comercial, computadores, viagens internacionais, quitaram taxa de franquia etc. É muito interessante, pois quando o empresário vende, ele não recebe em dinheiro. Porém, quando compra, também não há retiradas no caixa”, explica Leonardo.

Atualmente o Clube de Permuta conta com 20 unidades espalhadas pelos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e Brasília. Com 1648 empresas associadas, a rede tem expectativa de novas franquias para serem inauguradas até o final de 2021. Somente no ano de 2020 a marca foi responsável por transacionar mais de R$47 milhões. Desde 2012, quando o Clube de Permuta foi lançado, já foram transacionados quase R$230 milhões.

Sobre o Clube de Permuta

O Clube de Permuta é uma plataforma de relacionamento empresarial de compra e venda de produtos e serviços por permuta multilateral. A empresa começou no estado brasileiro de Minas Gerais, no ano de 2012 e entrou para o mercado de franchising em 2015. Com 20 unidades, já movimentou mais de R$200 milhões em negociações. Para se tornar um franqueado, é preciso investir a partir de R$100 mil (com taxa de franquia inclusa) e o tempo de retorno é de, em média, 18 meses.

Os empresários interessados em fazer parte do Clube de Permuta devem ser indicados pelos próprios membros. Periodicamente a empresa promove eventos de relacionamento.