Psicóloga Alethéa Vollmer aborda o chamado "cancelamento" e misto de sentimentos que gera nas pessoas
Como se não bastasse tantos sentimentos gerados pela Covid-19 e seus desdobramentos, surge um novo estimulador de angústia, medo e desconforto, o chamado “cancelamento”. Esse tema vem sendo um dos mais abordados entre as pessoas de todas as idades e perfis nas últimas semanas. “Falado aos quatro ventos, esse tal cancelamento chega como uma espécie de verdade advinda de um julgamento prévio e sumário que tem acontecido nas redes sociais e que tem causado consequências à vida de pessoas”, comenta a psicóloga e Mestre pela PUC do Rio Grande do Sul, Alethéa Vollmer.
A especialista alerta para o reflexo do ‘cancelamento’ no comportamento das crianças e dos jovens nas escolas, por exemplo. Ela: “será que o antigo bullying vem agora com outro nome, praticado de outro jeito? A sensação de julgamento e não acolhimento pode ser cancelamento? O medo passa por aí? A angústia em não ser aceito é uma forma de temer ser cancelado”?
No dicionário, a palavra cancelamento significa ‘eliminar ou riscar para tornar sem efeito’. “Ou seja, se não ajo de acordo com o desejo do outro ou como as pessoas esperam, sou julgada e, portanto, cancelada”, explica Alethéa.
A psicóloga acrescenta que trazer essa reflexão está longe de querer contextualizar, conceitualizar esses termos. São profundos, complexos e geram tamanho sofrimento. Mas é necessário pensar nos antídotos e o que fazer diante de tantos julgamentos.
Diante dessa realidade atual, Alethéa ressalta que é preciso exercitar a empatia! “Nos colocarmos no lugar do outro. Fazer um esforço para quando julgarmos, sabermos o que fazemos a partir da nossa visão de mundo. Que podemos pensar diferente sim e isto é muito saudável. O que não pode ser aceito é acreditarmos, enquanto uma verdade, que o outro deve fazer o que achamos que deva. Isso é expectativa criada única e exclusivamente por nós mesmos e, provavelmente, por isso nos traga tanta frustração. O outro é diferente de mim! Este deve ser o nosso mantra”, comenta a psicóloga.
Ela finaliza: “Guardemos nossas ‘réguas’. Elas não servem se não para medir, e nossa medida não é em centímetros, mas sim em grandeza”.
Sobre Alethéa Vollmer
Psicóloga e Mestre pela PUC do Rio Grande do Sul.
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