Por volta de 2014, a casa em que sua família morava foi vendida por uma incorporadora para várias pessoas. A mãe de Vinícius só descobriu o acontecido após ser acionada judicialmente e deu início a um processo para que a situação fosse revertida. No entanto, o advogado contratado em meio a toda ineficiência tecnológica do sistema judiciário brasileiro, perdeu um prazo do processo, que acabou sendo dado como réu revel, ou seja, a justiça entendeu que não houve contestação alguma por parte da família.

Após o processo transitar em julgado, o oficial de Justiça apareceu com a ordem judicial de despejo, momento em que Vinícius começou a investigar mais sobre o porquê de ter acontecido isso. “Levei o processo para o advogado da minha software house. Ele avaliou a situação e disse que, de fato, não tinha nada a se fazer, além de habilitar um crédito no processo para no futuro receber o que já havia sido pago”, explica. E, realmente, o que aconteceu já não poderia ser revertido, essa é a realidade que os advogados de todo o país enfrentavam de forma corriqueira, são inúmeras dificuldades causadas por conta da burocracia, fator de complicação aos processos e gestão de escritórios de advocacia.

O máximo que pôde ser feito foi um acréscimo de três dias para poder desocupar o imóvel. Foi então que, inconformado com a situação, Vinicius foi em busca de entender o porquê a situação chegou a esse ponto. “Conversei com centenas de advogados que ressaltaram que o controle dos prazos processuais é complicado e eu comecei a aprofundar o estudo sobre o dia a dia do operador do direito. Na época, o controle das movimentações processuais e dos respectivos prazos eram realizados sem auxílio nenhuma tecnologia e os advogados se guiavam por meio de agendas, post-its e outros controles manuais. Era um cenário surreal, principalmente pensando na complexidade e a quantidade de atividades manuais e repetitivas”, ressalta Vinícius. Essa realidade caótica foi a porta de entrada para mapear a dor desses profissionais e tentar ajudá-los ao máximo a automatizar as tarefas manuais, com uma solução ágil, confiável e de fácil implementação no dia a dia do advogado.

A criação do software que mudou a rotina dos escritórios

Após o ocorrido com sua família, Vinicius buscou virar a chave para advogados e escritórios de advocacia. Foi nesse momento que o empreendedor teve a iniciativa de desenvolver soluções voltadas para os escritórios de advocacia e departamento jurídico das empresas, levando inovação e segurança, tanto aos profissionais quanto aos cidadãos. Em 2016, nasceu oficialmente a EasyJur Software Jurídico, firmando uma parceria com Ordem dos Advogados do Brasil de Minas Gerais, o primeiro grande contrato de Vinícius na nova empresa.

Inicialmente, toda a responsabilidade da legaltech estava centralizada em Vinícius. Foi um ano de trabalho solo, escutando o que os usuários da plataforma tinham a dizer. Assim que o sistema foi se consolidando, Vinícius passou a contar com outros desenvolvedores, que ajudaram a potencializar o desenvolvimento do EasyJur. Atualmente, com mais de 30 pessoas no time, o empreendedor busca pessoas com softskills alinhadas com a cultura da startup e essa é a principal premissa, além de sempre escutar o que cada cliente tem a dizer sobre a ferramenta utilizada e como ajudar ainda mais os operadores do direito no dia a dia deles.

Mais do que apenas um sistema tecnológico, o objetivo da EasyJur ultrapassa a inovação e faz com que escritórios e profissionais do direito eliminem até 80% de atividades manuais. A ideia é que o trabalho passe a ser mais fluido e menos complexo. A base de 400 advogados que começaram a utilizar o software lá no começo logo cresceu em volume, sendo que, hoje, são mais 60 mil advogados beneficiados em todo o Brasil.

“Desde a concepção da EasyJur, o objetivo era ofertar versões gratuitas do sistema, disponibilizadas por meio dos convênios com OABs de todas as regiões brasileira, beneficiando principalmente os profissionais autônomos em início de carreira e pequenos escritórios que perfazem em média 80% entre mais de 1,2 milhão de advogados que existem no país”, comenta o CEO. Além do plano gratuito, a legaltech também trabalha com o Premium, Enterprise e Growth. “A plataforma possui robôs que capturam automaticamente todos os processos atrelados ao advogado usuário do sistema, apontando a ele as atualizações sempre que houver qualquer movimentação no processo judicial. Utilizamos tecnologia e inteligência artificial em prol da rotina do operador do direito, para que o mesmo possa se aproximar cada vez mais de seus clientes e entregar um resultado assertivo”, conta.

Para os profissionais e escritórios que buscam soluções mais avançadas embarcadas com tecnologia de ponto e inteligência artificial, o EasyJur possui versões mais robustas por meio dos planos Premium, Enterprise e Growth, ofertando benefícios como automação por workflow para controle de prazos, automação de documentos, módulo LCRM e Projetos Consultivos baseados em Kanban, faturamento automatizado por robôs, OpenBanking, agenda sincronizada com o Google e muito mais.

Darwin Startups, Anjos do Brasil, Sebrae, Google e a Bossa Nova Invest são algumas das empresas que já investiram no desenvolvimento da EasyJur.

Sobre a EasyJur

Fundada em 2016, a EasyJur é uma empresa de inteligência jurídica que busca apoiar a sociedade brasileira como um todo, por meio da agilidade e organização em processos na justiça. Para tanto, oferta sistemas de gestão para escritórios de advocacia e advogados, que apoiam toda a gestão empresarial voltada exclusivamente para essa área. Sediada em Minas Gerais, conta com 60 mil usuários de suas soluções e possui convênio com a maior parte das OABs.