PIB global pode ter redução de crescimento de até 1%, dependendo do nível de letalidade do coronavírus, estima Órama

Em uma live publicada no canal do YouTube da Órama nesta quarta-feira, o economista-chefe Alexandre Espirito Santo explica que o principal impacto do surto de coronavírus será, inicialmente, na economia chinesa, que pode ter uma perda de até 0,5 ponto percentual do seu PIB. Contudo, caso o vírus atinja um nível de letalidade próximo ao vírus da SARS, que atingiu a China em 2002, o PIB global poderia ter uma redução de crescimento em torno de 1%.

"Ainda é cedo pra afirmar de que maneira esse cenário irá se configurar para termos uma dimensão exata do problema. Até o momento, a letalidade do coronavírus está em torno de 2%, distante dos 9,5% do SARS. Se vier a chegar próximo disso, teremos uma queda de até 1 ponto percentual do PIB global, que em vez de crescer 3%, cresceria apenas 2%, estima.

Espirito Santo ressalta, porém, que o momento ainda não é para mexer nos investimentos. "Com as informações que temos hoje, é muito cedo para tomar decisões em relação a posições de investimentos - seja para compra ou para venda. A China está sendo elogiada pela OMS e é preciso acompanhar, nas próximas semanas, de que forma esse cenário irá se desenrolar", afirmou, destacando ainda que a recente volatilidade do mercado veio e vai se manter -- não apenas na bolsa, mas nos mercados de risco de maneira geral.

Um fator considerado tranquilizante pelo economista foi a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que anunciou nesta quarta-feira que manteve inalterada sua taxa de juros. Para Espirito Santo, a medida pode significar que a entidade ainda não está considerando um cenário de grande impacto do coronavírus para a economia. "Se o Fed estivesse muito preocupado com a ameaça, poderia ter antecipado esse cenário com uma queda de juros", conclui.

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