Como o Blockchain deve revolucionar a logística no mundo?
Especialista da IBM explica como a adoção de blockchain representa uma mudança na forma de fazer negócios e na colaboração e confiança em toda a cadeia de suprimentos global
A movimentação do comércio global de mercadorias e insumos provoca uma série de transações complexas com uma quantidade, cada vez maior, de informações. Neste cenário, a adoção do conceito de blockchain está revolucionando o setor de logística em todo o mundo. Isso porque a nova tecnologia permite, por meio de técnicas criptográficas, a agilização e a transparência destas transações comerciais que acontecem todos os dias.
Uma estimativa do World Trade Organization sugere que o investimento na melhoria no processamento de dados e no fluxo de documentos aliados com novas tecnologias podem significar um aumento de 20% no comércio global de suprimentos, que hoje movimenta 18 trilhões de dólares a cada ano.
Para entender como o blockchain pode influenciar uma mudança nos negócios da logística no mundo, o Brasil Hack Export - super maratona tecnológica online voltada para o desenvolvimento de soluções para a cadeia logística portuária no País e parte da programação do Fórum Nacional Brasil Export em 2020 - apresentou nesta segunda (06) um webinar com o tema "Tradelens - como a plataforma Blockchain pode revolucionar a logística mundial" .
A atividade online foi realizada com o Blockchain Services Leader para a América Latina na IBM, Carlos Henrique "Kiko" Duarte, com moderação do Conselheiro do Fórum Brasil Export e diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (ABTRA), Angelino Caputo. O encontro virtual, que foi exclusivo para patrocinadores e conselheiros do Fórum, contou com a participação também do diretor-presidente e CEO da ABOL - Associação Brasileira de Operadores Logísticos, Cesar Meireles.
O especialista da IBM explicou que o conceito de blockchain na rede de negócios da cadeia de suprimentos global é capaz de promover a troca mais eficiente e segura de informações. "Cada ator envolvido na cadeia logística possui o próprio registro de dados das transações, o que pode criar problemas de ineficiência na disponibilidade e na vulnerabilidade das informações. O conceito do blockchain promove entre os participantes de uma rede de negócios a transação de ativos baseada em regras pré-estabelecidas por meio de um contrato e registrada em um livro único contábil (ledger) compartilhado. Tudo isso em uma arquitetura tecnológica com validação criptográfica, que é fundamental para a segurança".
Duarte ainda apresentou para os participantes do webinar a plataforma digital TradeLens, criada em conjunto pela Maersk e IBM, baseada em blockchain. Segundo ele, a plataforma nasceu com a ideia de otimizar o desembaraço de contêineres nos processos de importação e exportação, de forma segura, direta e simplificada, permitindo a colaboração entre parceiros comerciais em tempo real e ‘digitizando’, ou seja transformando em digital, os fluxos de documentação comercial.
"O sistema reúne hoje mais de 50 portos e terminais de diferentes países da América Latina. No Brasil, a plataforma está inserida em três terminais: nos portos de Pecém (Ceará), itajaí (Santa Catarina) e Santos (São Paulo)", afirmou o especialista da IBM.
A plataforma TradeLens incentiva a inovação, uma vez que possibilita a integração de outras tecnologias de terceiros e dos próprios participantes da rede de negócios, como a Internet das Coisas (IoT)), soluções de Big Data e de Inteligência Artificial. "Por exemplo, em um teste no transporte de rosas foi possível, por meio de soluções IoT, a implantação de cadeados eletrônicos, GPS e controle de temperatura nos contêineres, registrados e acompanhados em tempo real pela plataforma", disse Duarte.
Para ele, a matemática do blockchain é simples: "mais eficiência implica no aumento da quantidade de transações em si na rede de negócios porque a tendência é que menos complexidade é igual a fazer mais e melhor".
Sobre a ABOL
A ABOL - Associação Brasileira dos Operadores Logísticos, sociedade civil sem fins lucrativos, tem o objetivo de reconhecer, regulamentar e consolidar a atividade do Operador Logístico no Brasil. Criada em 17 de julho de 2012, é hoje responsável por reunir as principais empresas e players do setor para fortalecer a imagem institucional do Operador Logístico em todas as esferas de atuação, como sendo uma "pessoa jurídica capacitada a prestar, através de um ou mais contratos, por meios próprios e/ou por intermédio de terceiros, os serviços de transporte (em qualquer modal), armazenagem (em qualquer condição física ou regime fiscal) e gestão de estoque (utilizando sistemas e tecnologias adequadas)".
A ABOL elabora projetos e estudos em vários cenários, resgatando o contexto histórico, cotejando-o com o presente e as tendências do futuro. Atualmente, a associação é composta por 29 Operadores Logísticos, entre empresas nacionais e estrangeiras, que atuam nas mais diversas cadeias produtivas, abrangendo atividades de transportes em qualquer modal, a movimentação de carga, armazenagem, gestão de estoque, expedição, e distribuição de cargas em todo o território nacional.
Em largo espectro, o Operador Logístico atende toda a cadeia de suprimento e distribuição, desde a primeira a última milha, com o conceito de one-stop-shopping, ou seja, oferecendo todas as soluções na cadeia logística de valor. A associação promove e estimula o amplo conhecimento para a cadeia de Logística e Supply Chain por meio de eventos técnicos, roadshows, diálogo com stakeholders públicos e privados, entre diversas outras atividades.
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