Estágio x MEJ: qual experiência impulsiona mais a carreira profissional
Responsabilidade, autonomia e ciclos curtos de aprendizado diferenciam a vivência no Movimento Empresa Júnior e aceleram a empregabilidade, aponta a Brasil Júnior
Com o avanço do debate sobre empregabilidade jovem, a comparação entre estágio e Empresa Júnior ganhou espaço nas universidades. Embora complementares, as duas experiências formam trajetórias distintas. Para a Confederação Brasileira de Empresas Juniores (Brasil Júnior), a vivência em uma EJ cria um ritmo de desenvolvimento difícil de replicar em ambientes acadêmicos tradicionais.
Segundo Caio Leal, presidente da entidade, a distinção central está no nível de responsabilidade. “No estágio, o aluno cumpre tarefas específicas e atua em parte do processo. Ele é supervisionado, tem autonomia limitada e segue uma estrutura já pronta. Na Empresa Júnior, o estudante lidera processos completos, toma decisões reais e vê o impacto direto no cliente”, afirma.
Criado na França em 1967 e introduzido no Brasil em 1988, o modelo de empresa júnior permite que universitários apliquem conhecimento acadêmico em projetos reais. Hoje, o Movimento Empresa Júnior reúne mais de 1,4 mil EJs em 270 instituições de ensino, com 25 mil estudantes ativos. Em 2024, o faturamento conjunto superou R$ 88 milhões, totalmente reinvestidos na formação dos membros.
Três diferenças práticas que moldam trajetórias distintas
Para Caio, três pontos resumem o contraste entre estágio e EJ:
- Autonomia e profundidade das decisões
- Enquanto o estágio costuma restringir o estudante a funções operacionais, a EJ coloca o membro diante de decisões estratégicas, acertos e erros que afetam resultados reais.
- Ritmo acelerado e construção de processos
- Ao contrário da estrutura fixa de uma organização tradicional, a Empresa Júnior permite que o estudante crie, adapte e reformule processos, estabeleça metas e desenvolva novos projetos. Em 6 a 18 meses, muitos já assumem cargos de liderança como diretor, coordenador ou até presidente.
- Amplitude de competências
- O estágio aprofunda habilidades técnicas da área de formação, a EJ amplia o repertório para gestão, liderança, estratégia, vendas e comunicação. “É onde o estudante entende o negócio como um todo e desenvolve competências empreendedoras”, diz Caio.
Por que a EJ acelera o desenvolvimento profissional
O ciclo dentro de uma EJ é curto e intenso. Metas precisam ser alcançadas em um intervalo de até um ano, o que pressiona o estudante a aprender rápido, ajustar rotas e lidar com resultados imediatos.
“Desde a efetivação, o membro ocupa uma função estratégica. Ele já é responsável por entregas que podem impulsionar ou comprometer a performance da empresa. Isso acelera a maturidade, autonomia e senso de dono”, afirma o presidente.
A vivência também expõe o estudante a diferentes áreas, como comercial, projetos, marketing, gestão de pessoas, e o obriga a buscar metodologias, ferramentas e repertórios fora da sala de aula. Feedbacks contínuos, indicadores e uma cultura de alta performance fortalecem ainda mais a curva de aprendizagem. “Na EJ, você precisa errar, consertar e refazer dentro do mesmo ciclo. O aprendizado é rápido porque o tempo é curto e o desafio é grande”, resume.
Quem se beneficia mais de cada experiência
Para Caio, estágio e EJ não competem, mas complementam. Cada formato favorece perfis distintos:
1) Estágio
Indicado para aprofundamento técnico, contato com especialistas e primeira experiência formal de mercado. É também uma porta de entrada para efetivação.
2) Empresa Júnior
Ideal para quem busca protagonismo, curva de aprendizado acelerada e interesse em liderança, empreendedorismo ou impacto social.
Sobre Brasil Júnior
A Brasil Júnior é a entidade responsável por coordenar o Movimento Empresa Júnior (MEJ) no Brasil. Como organização sem fins lucrativos, tem a missão de formar líderes empreendedores e conectar estudantes universitários a desafios reais do mercado. Atualmente, o MEJ conta com 25 mil jovens, reúne 1.449 empresas juniores e está presente em 270 instituições de Ensino Superior. Em 2024, o movimento faturou mais de R$ 88 milhões, valor 100% reinvestido na capacitação dos membros.
Sobre Presidente Executivo da Brasil Júnior
Caio Leal é mineiro e estudante de Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB). Ingressou no Movimento Empresa Júnior (MEJ) em 2020 e ocupou diferentes cargos de liderança. Já foi Presidente Organizacional da Strategos Consultoria Política Jr., Diretor de Relacionamento da Federação de Empresas Juniores do Distrito Federal (CONCENTRO-DF) e Líder de Relações Institucionais e Governamentais da Brasil Júnior. Agora, à frente da Brasil Júnior, busca fortalecer o impacto do MEJ no Brasil, aproximar jovens empreendedores do mercado e ampliar as oportunidades dentro das universidades.
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