Saúde mental dos colaboradores: você entende o impacto que sua empresa causa?
*Por: Tatiana Romero
Nos últimos anos, o tema bem-estar corporativo deixou de ser um diferencial e se tornou uma responsabilidade estratégica das empresas. Mais do que cumprir normas ou oferecer benefícios pontuais, cuidar das pessoas é hoje um pilar central da cultura organizacional, e um dos principais fatores de engajamento e retenção de talentos.
Quando falamos em bem-estar, estamos falando de olhar para o colaborador de forma integral — física, mental e emocionalmente. E os números mostram o quanto esse tema é urgente: segundo levantamento da Ticket, marca de Benefícios e Engajamento da Edenred Brasil, realizado em outubro, 54% das empresas já mantêm ações contínuas voltadas ao bem-estar, um avanço importante, mas que ainda revela espaço para crescer.
O desafio é transformar boas intenções em práticas consistentes. Iniciativas como check-ups preventivos, programas de escuta ativa, incentivo à atividade física e apoio psicológico têm mostrado que o cuidado pode, e deve, fazer parte da rotina corporativa. Mais do que políticas, são atitudes que inspiram transformações reais.
O poder de um desafio coletivo
Falo com propriedade sobre o impacto de iniciativas como essas. Antes de participar do Edenraid, um desafio esportivo global da Edenred, eu não tinha o hábito de correr, e confesso que não imaginava o quanto uma ação corporativa poderia transformar meu dia a dia.
O programa é um exemplo de como a combinação entre incentivo à prática esportiva e propósito social pode gerar resultados profundos. O Edenraid envolve colaboradores de diferentes países em uma grande jornada coletiva: a cada quilômetro percorrido — seja correndo, caminhando ou pedalando — a empresa converte o esforço em doações para instituições que promovem ajuda humanitária e inclusão social, como a Médicos Sem Fronteiras e a iniciativa ShareTheMeal, do Programa Mundial de Alimentos da ONU.
O objetivo é simples e poderoso: incentivar o movimento e o autocuidado, ao mesmo tempo em que cada passo contribui para transformar a vida de outras pessoas. Essa união entre saúde, propósito e solidariedade despertou em mim o prazer pela atividade física e um novo olhar sobre o bem-estar.
Desde então, a corrida se tornou parte da minha rotina e, recentemente, completei minha primeira meia maratona — 21 km percorridos, algo que jamais imaginei conquistar. Essa experiência mostrou, na prática, como o incentivo certo aliado a um propósito genuíno pode transformar realidades, não apenas na vida profissional, mas também na forma como cuidamos de nós mesmos. Hoje me sinto mais saudável e com mais energia. Com acompanhamento médico e dedicação à corrida, descobri uma nova versão de mim: mais disposta, equilibrada e confiante.
Pequenos gestos e políticas corporativas podem gerar mudanças reais de comportamento. O bem-estar não é apenas uma meta pessoal, mas uma cultura que se constrói de dentro para fora, quando a empresa oferece condições e estímulos para que cada colaborador floresça.
Investir em bem-estar é, acima de tudo, investir em sustentabilidade humana. Dados do GPTW indicam que empresas com práticas consistentes nessa área registram 76% menos turnover voluntário, 35% menos afastamentos e maior lucratividade. Além disso, a sensação de pertencimento e o equilíbrio emocional fortalecem o engajamento e a criatividade das equipes.
As organizações que compreendem isso saem na frente. Elas atraem talentos, reduzem custos, constroem ambientes mais saudáveis e se consolidam como marcas empregadoras admiradas.
Cuidar das pessoas é, portanto, cuidar do próprio negócio. E o primeiro passo pode ser simples: criar oportunidades para que o colaborador se mova — física e emocionalmente — em direção ao seu melhor.
*Diretora de RH e Operações da Ticket, marca de Benefícios e Engajamento da Edenred Brasil.
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