Expansão internacional: empresas brasileiras crescem lá fora, mas pecam na comunicação
Com recorde de exportadoras em 2024, especialista em comex afirma que falta de adaptação cultural e narrativa limita competitividade internacional.
A expansão de empresas brasileiras para novos mercados tem aumentado significativamente nos últimos anos, impulsionada pelo crescimento das exportações e pela busca por novas oportunidades internacionais. Ainda assim, a comunicação permanece como um dos principais obstáculos para quem deseja atuar de forma competitiva no exterior, já que muitas organizações ainda falham em adaptar sua linguagem, narrativa e posicionamento às expectativas culturais e profissionais de cada país.
Para Jonas Vieira, especialista em comex e CEO do Grupo Invoice, agência especializada em marketing para comércio exterior e logística, adaptar a mensagem e o branding para o mercado global deixou de ser um diferencial e passou a ser um requisito básico para que empresas sejam compreendidas, respeitadas e aceitas por parceiros e clientes internacionais.
O erro mais recorrente é tratar internacionalização como mera tradução. Adotar inglês no site ou nas redes sociais não resolve o problema. Competir lá fora exige entender expectativas culturais, padrões profissionais e referências que variam amplamente entre regiões. “Linguagem, ritmo, tom e até a noção do que é considerado “profissional” mudam de país para país. Comunicar bem, portanto, começa por compreender como cada mercado interpreta valor”, afirma.
O processo para a comunicação no exterior começa com uma análise da cultura de negócios dos países alvo. Empresas brasileiras, por exemplo, têm um perfil comunicativo mais informal e descritivo. Quando vão para mercados externos, precisam ajustar a abordagem para transmitir confiança nos primeiros segundos. Antes de mexer em logotipo ou design, a empresa deve ajustar sua identidade verbal, ou seja, como fala, o que promete e como explica suas soluções.
Dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior em março de 2025 mostram que o Brasil encerrou 2024 com 28.847 empresas exportadoras, o maior número já registrado. O avanço evidencia o peso crescente da internacionalização e a urgência de práticas de comunicação mais maduras.
Vieira também destaca que qualquer processo de adaptação de mensagem e branding para o exterior deve se apoiar em: clareza, consistência e credibilidade. Para ele, comunicar com clareza significa usar mensagens objetivas, concisas e focadas em benefício real, evitando frases longas, regionalismos e conceitos que não fazem sentido fora do Brasil. Já a consistência, é indispensável. Uma narrativa uniforme em todos os materiais, canais e países evita ruídos e elimina a sensação de improviso, algo que gera desconfiança imediata em mercados mais maduros. E a credibilidade depende do uso de números, métricas, resultados e casos verificáveis, mercados internacionais valorizam dados concretos; afirmações vagas simplesmente não funcionam.
Adaptar não significa perder identidade. A marca não precisa se reinventar para ser global; precisa ser disciplinada. O branding internacional não apaga a essência da empresa, apenas reorganiza a forma como essa essência é apresentada para que qualquer pessoa, em qualquer país, compreenda claramente sua proposta de valor.
“Marcas que mantêm coerência e clareza aumentam significativamente suas chances de fechar negócios internacionais, atrair parceiros estratégicos e integrar ecossistemas globais, resultados que dependem menos de um “grande discurso” e mais de disciplina, precisão e narrativa sólida”, finaliza o especialista.
Saiba mais sobre o Grupo Invoice: Fundado em 2020 por Nícolas Reig e Jonas Vieira, o Grupo Invoice é uma referência no mercado de comunicação voltada para o comércio exterior. Com um crescimento robusto e uma trajetória marcada pela inovação, o grupo, que alcançou um faturamento de mais de 10 milhões de reais nos últimos anos, se destaca por sua expertise em entender as complexidades do setor e criar soluções de comunicação sob medida para empresas de importação e exportação. Hoje, com mais de 60 empresas atendidas e uma presença crescente no Brasil, o grupo continua a expandir suas fronteiras, com o objetivo de conquistar novos mercados e impulsionar o futuro do comércio exterior com o foco inicial em sair do Sul do Brasil e, em seguida, expandir para a América Latina.
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