O livro mais encantador que li este ano
'A Cabeça do Santo' traz uma história de fé e brasilidade que vale cada página.
“O tempo de sonhar é em cima da terra”. Sabe aquele livro que você não quer que acabe?
A Cabeça do Santo traz a mistura perfeita de Ariano Suassuna com Gabriel García Márquez. Realismo mágico, poesia e um enredo absolutamente original, cheio de brasilidade e misticismo. Que escrita maravilhosa a da cearense Socorro Acioli. Minha leitura preferida do ano!
A jornada começa quando Samuel, após a morte da mãe, atravessa o sertão em busca da avó e do pai que nunca conheceu. Exausto e sem rumo, ele encontra abrigo em um lugar insólito: a cabeça oca de uma gigantesca estátua de Santo Antônio, abandonada nos arredores da pequena Candeia. E aqui vai uma curiosidade deliciosa: essa cabeça do santo existe de verdade - uma enorme estátua inacabada de Santo Antônio, no interior do Ceará, que inspirou diretamente a autora. É desse esconderijo improvável que nasce a magia.
A partir dali, Samuel começa a ouvir as preces das mulheres da cidade pedindo amor, casamento, respostas. Ao lado do queridíssimo Francisco, ele transforma esses pedidos em encontros e reviravoltas que dão nova vida à cidade.
É impossível não se apaixonar por Samuel, por Francisco, por Chico Coveiro e por Candeia — uma cidade que parece parada no tempo, mas pulsa de humanidade. Acioli constrói uma narrativa onde fé, desejo, humor e crítica social caminham juntos. A cabeça do santo vira metáfora: lugar de escuta, de esperança, de transformações íntimas e coletivas.
Com pouco mais de 170 páginas, o livro é daqueles que a gente devora e, ao terminar, abraça com carinho. Um retrato profundo do sertão, da religiosidade popular e da força dos sonhos - sempre com aquele toque de fantasia que só reforça o quanto o Brasil é, por si só, um terreno fértil para o maravilhoso.
Uma história de fé e brasilidade que vale cada página. Amei!
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